terça-feira, maio 30, 2006

The sun and the wind...


Ainda um "post" com uma foto referente ao tema dos recursos eólicos... enfim, apeteceu-me.

Energia Eólica


Os parques eólicos começam a proliferar pelo nosso país e, para além de uma energia relativamente limpa e ecológica, com baixo impacte ambiental, são um óptimo recurso para incursões fotográficas. Esta foto foi tirada num parque eólico cerca de Proença-a-Nova. Felizmente que tenho o hábito de andar com a máquina sempre atrás!
No entanto, acho que não vou, nunca, gostar de fotografar centrais nucleares em Portugal... quando penso nisso lembro-me sempre do Homer Simpson, paradigma do americano, todavia com características tipicamente "tugas".

segunda-feira, maio 29, 2006

Uma história peculiar de determinação...



Anthony Hopkins, conhecido actor que encarnou Hannibal Lecter, prenda-nos com uma fabulosa representação em "The world fastest Indian", pelicula baseada numa hisória verídica fantástica que não deixa os amantes da vida indiferentes... de facto estamos sempre sujeitos a modificações e, à boa maneira dos motociclos, um homem, em qualquer fase da vida, pode ser quitado! Que o diga Burt Munro(na foto em anexo), personagem de Hopkins, que após um longo período a aperfeiçoar a sua clássica motocicleta, apresenta-se ao mundo num dos mais conceituados campeonatos de velocidade em Bonneville Salt Flats, no Utah, Estados Unidos. Contra tudo e todos, Burt alcança um novo recorde mundial. Estávamos em 1967 e, desde então, o recorde mantém-se inquebrável, assumindo Burt o estatuto de lenda viva, até hoje.

quinta-feira, maio 25, 2006

Um dasafio á leitura


Desde tenra idade que despertou em mim a paixão pela leitura. Comecei pela BD (Pato Donald e companhia),”Uma Aventura…”, “Os Cinco” e por ai fora. Com o passar dos tempos e o aperto dos estudos, a disponibilidade para uma leitura do género mais lúdico foi sendo cada vez mais escassa.
Num dia de Verão fui desafiado pela minha “Maria” para a leitura de um livro que ela achava deveras interessante,”Equador”. Um livro de Miguel Sousa Tavares que tinha aquela que era para mim uma fobia literária se assim se pode dizer, muitas páginas, algo que me levou a não ler alguns bons livros. Aceitei o desafio com um pensamento em mente “nunca vou ler isto”. Mal sabia eu que assim que começasse a leitura só parava no último paragrafo. “Equador” é para mim um livro notável, com uma historia fantástica passada em S.Tomè e Príncipe e que nos transporta para os tempos do colonialismo Português dos inicios do seculo XX. Um livro que desafio a ler, principalmente para quem é amante de romances históricos.

quarta-feira, maio 24, 2006

http://www.emfa.pt/... um site para voar...


Para quem gosta dos "Lobos do Céu" eis um site com muitas fotografias e vídeos "à maneira"! Este site foi-me recomendado por dois amigos que tratam estas máquinas por tu e lhe fazem diagnósticos sem têm "colesterol" a mais ou não! Enfim, boas máquinas, bom sentido de oportunidade, grandes fotografias...

Évora dos Re"encantos"

Há algo que me orgulha mais do que ser português, é o facto de ser alentejano, filho da cidade da "Aparição". Esta fotografia foi tirada no âmbito de um Peddipapper Fotográfico organizado pelo meu esforçado aluno Flávio Mendes(um jovem a quem espero que o futuro sempre lhe traga um sorriso). O autor não sei quem é, mas que é digna do primeiro lugar do pódio, é. Eis algo que trouxe unanimidade ao júri.
Faz-me lembrar bem a minha Évora de recantos de encanto... onde para sempre me perderei no regresso a casa…

segunda-feira, maio 22, 2006

Jogo do Pau


No Sábado que passou assisti, fazendo parte da comissão organizadora, a uma demonstração do "jogo do pau" português. Uma arte marcial "tuga", dinâmica, eficaz, brutal, mas simplesmente digna de perpetuar na nossa cultura à semelhança do que se passa com as artes marciais orientais. Infelizmente parece estar condenado à extinção, no entanto, há sempre alguém que resiste, há sempre alguém que diz não, como o Mestre Paulo e o Núcleo do Jogo do Pau da Moita que nos prendou com uma manifestação cultural da qual me orgulho e que gostava que fosse divulgada.
A adesão foi pouca, ao mesmo tempo Évora estava a receber os discípulos milionários de Scolari e o Jogo do Pau nunca há-de mover interesses milionários. Este é o país que temos... uma "vara no lombo" talvez não lhe fizesse mal...
Neste caso quem é mais patriota?
Um pouco de história...
"Em muitas sociedades a espada desenvolveu-se como uma arma à qual era atribuído um carácter sagrado, sendo o seu porte apanágio apenas da classe da nobreza guerreira. Ao povo era interdito ou dificultado o seu uso, pelo que este aperfeiçoava habitualmente sistemas de combate alternativos, de mãos nuas ou com recurso às ferramentas do dia-a-dia. Quem está familiarizado com a história do surgimento do karaté (que significa “mãos nuas” em japonês) em Okinawa sabe que se desenvolveu em paralelo o kobudo, que inclui técnicas de uso de foices, paus, matracas que eram usadas como malho, etc... Era com este arsenal que o camponês ou pescador podia defrontar quando necessário os orgulhosos ocupantes samurais, armados com catanas e outras armas de guerra. Também em Portugal o povo desenvolveu um sistema de combate usando como arma o cajado que acompanhava para todo o lado, até há poucos anos, os pastores e camponeses. Este sistema veio a ser conhecido pelo nome de Jogo do Pau, tendo aqui a palavra “jogo” não o sentido de “brincadeira”, mas o de “técnica” ou “manejo”.
Já bem dentro do século XX eram ainda frequentes por Portugal inteiro, mas com destaque para o norte do país, os combates de pau nas feiras e romarias. Por vezes envolviam estas rixas aldeias inteiras, outras vezes as lutas eram individuais, ou de um jogador contra vários. Era o tempo dos “puxadores” (nome que se dava aos jogadores do Norte) e dos “varredores de feiras” (jogadores afamados que se deslocavam às feiras e romarias para desafiarem outros, provando assim o seu valor através da vitória contra todos). Mestre Monteiro, originário da região de Fafe, conta que no tempo da juventude de seu pai havia duas povoações que frequentavam ao Domingo a mesma capela, levando, como era de tradição, cada homem ou moço a sua vara, de tal forma que quando se ajoelhavam na missa se viam todos os paus em posição vertical saindo acima das cabeças. Depois da cerimónia era frequente, num largo ali perto, haver conflitos entre os rapazes das duas aldeias, que começavam por qualquer pequena razão (um piropo a uma rapariga da aldeia vizinha, os ciúmes de um enamorado preterido por outro, uma discussão por causa de canais de irrigação...) e que se resolviam à paulada.
Mas não se pense que era o combate destituído de regras. Havia um código ético, que proibia aos lutadores baterem em homem que não levasse pau, ou que estivesse por terra. Ainda se contam nos círculos da modalidade histórias antigas como a do “Manilha”, que depois de vencer e desarmar três atacantes que o haviam emboscado, atirou o pau ao chão. Ou a de um jogador de grande talento do Porto, chamado Carvalho, feirante de gado, que na Feira dos 26 em Angeja, perto de Aveiro, conseguiu aguentar-se sozinho contra um grupo que o atacava, até que tropeçou e caiu para o chão, e nessa altura o melhor jogador dos adversários saltou para o seu lado, pronto a defendê-lo, dizendo aos seus companheiros que quem pretendesse bater no valente caído tinha que lutar primeiro consigo. Também na literatura podemos encontrar histórias sobre o jogo do pau, nomeadamente em autores como Aquilino Ribeiro e Miguel Torga. A partir dos anos 30 o jogo do pau começou a perder importância. Os motivos são vários: a acção das autoridades policiais, que para evitar lutas sangrentas passaram a proibir o uso dos paus dentro dos recintos das feiras; a emigração de muitos homens para os meios urbanos ou para o estrangeiro; a generalização do uso de armas de fogo, que tornou desnecessária a aprendizagem demorada e difícil desta técnica para a defesa pessoal.
Em Lisboa, praticava-se já então, principalmente a partir do século XIX, um estilo próprio, desenvolvido nos quintais da capital e em clubes como o Ateneu Comercial de Lisboa e o Real Ginásio, que depois veio a ser o Ginásio Clube Português, nos quais ainda hoje se ensina esta arte. Surgem duas grandes Escolas, diferenciadas tecnicamente e com base em factores histórico-sociais: a Escola do Norte e a Escola de Lisboa (também praticada no Ribatejo e Estremadura). Esta última desenvolveu uma série de inovações técnicas e passou a dar menos importância ao combate contra vários adversários.
Ao longo da história do jogo do pau foram muitos os mestres que deixaram fama pelas diferentes regiões do país. Citemos alguns: Mestre António Nunes Caçador, Mestre Frederico Hopffer, Mestre Júlio Hopffer, Mestre Joaquim Baú, Mestres Calado Campos, pai e filho, Mestre Chula, Mestre Custódio Neves, Mestre Pedro Ferreira, Mestre Elias Gameiro, Mestre Nuno Russo, Mestre Manuel Monteiro, e um largo etc... O nome de Mestre Pedro Ferreira (n. 26 de Março de 1915 – f. 24 de Setembro de 1996) destaca-se pelo extraordinário desenvolvimento técnico que levou a cabo, combinando as Escolas do Norte e de Lisboa, de ambas profundo conhecedor. Foram seus discípulos muitos dos actuais mestres em actividade. Continuou a jogar o pau durante toda a sua vida, sendo considerado um dos mais exímios jogadores até ao seu falecimento. Era ele o Mestre do Ateneu Comercial de Lisboa, tendo nos últimos anos passado essa responsabilidade para o Mestre Manuel Monteiro, seu sucessor.

O Jogo do Pau começou um processo de organização a nível nacional com a fundação, em 1977, sob impulso de Mestre Pedro Ferreira, da Associação Portuguesa de Jogo do Pau. As várias escolas e clubes estão hoje organizadas numa estrutura representativa, a Federação Portuguesa de Jogo do Pau. Como testemunho da qualidade técnica deste sistema, é de mencionar que nos campeonatos abertos de lutas com pau comprido realizados em França na década de 80, com a presença de sistemas de combate do Japão, Vietname, França, e de outras nações, os jogadores do pau portugueses foram campeões absolutos, tendo ganhado todos os combates em que entraram." in Wikipédia.

Aqueles que caminham...


"Navegar é preciso, viver não é preciso". Eis o lema dos argonautas. E que tal "caminhar é preciso, viver não é preciso"... Um abraço de saudade...

domingo, maio 21, 2006

Hermann Hesse... sonhos de final de adolescência


Não podia deixar de incluir este escritor nos "Senderos", pois, a páginas tantas da minha vida, as suas palavras foram fundamentais para a minha formação humana. Dessas palavras destaco uns bons parágrafos de "Minha Fé" que ainda hoje figura perto da minha cabeceira e alimenta muito do meu imaginário espiritual. Recomendo vivamente, a par de "Siddharta", um sonho que marcou o final anunciado de uma adolescência.
Eis uma "short" biografia:
"Escritor alemão., de família pietista, ainda jovem rebela-se contra a rigidez religiosa e foge de casa. Instalado em Basileia, naturaliza-se suíço. Em 1899 publica o seu primeiro livro de poemas e, em 1904, um romance, «Peter Camenzind». Em 1911 realiza uma viagem à Índia, transcendental para a sua formação. A influência da sabedoria oriental aparece em «Demian» e «Siddhartha», em que Hesse afirma a vontade de um desenvolvimento equilibrado. Em «O Lobo das Estepes» mostra a existência, no ser humano, da alma do homem e da alma do lobo, do humanismo e da crueldade. De fora da Alemanha luta contra o regime nazi. O seu espírito, de um pessimismo atormentado, serve-se do misticismo oriental para colocar a si próprio as contradições da vida burguesa. Em 1946 recebe o Prémio Nobel de Literatura."

sábado, maio 20, 2006

Patrulhas acrobáticas



Depois de alguns anos de interregno estão de volta as patrulhas acrobáticas á Força Aérea. Em tempos que já lá vão os "Asas de Portugal", espalhavam magia pelos ares do nosso Pais e levavam as cores de Portugal por esse mundo fora. A Patrulha era constituida por aviões T-37, aeronaves sub- sónicas , que tinham como missão diária a instrução de futuros pilotos de caça.
Recentemente foi formada" a Patrulha da Cruz de Cristo", equipada com aviões Alpha Jet, é constituida apenas por duas aeronaves que efectuam manobras diferntes das dos "asas" mas não menos espectaculares.
Os "Rotores de Portugal" , utilizam helicopteros Alouette III, dos tempos do "Bié 69", aeronaves velhinhas mas muito fiáveis. Recomeçaram novamente a sua actividade, depois de um interregno de alguns anos, mas estão melhores que nunca.
Emfim, uma lufada de ar fresco para uma instituição como a Força Aérea que se depara com alguns problemas. Talvez as patrulhas possam ser um chamamento para os mais novos e um incentivo para quem já está na organização .

sexta-feira, maio 19, 2006

O ouro do Alentejo


Com a chegada do mês de Maio a paisagem do nosso lindissimo Alentejo muda; os prados verdejantes e floridos dão lugar a milhares de fardos que alimentarão o gado durante o Verão e a cor dos troncos dos sobreiros passa de castanho a dourado. Chegou a altura de tirar a cortiça, o "ouro do Alentejo", matéria prima valiosissima e deveras abundante nos montados Alentejanos. Um só sobreiro pode dar várias arrobas de cortiça, o que representa milhares de euros em caixa.
Pena é, que o Alentejo seja uma terra de grandes latifundiários e o lucro de todo este "ouro" vá parar aos bolsos de quem menos precisa, enquanto o pobre povo, pouco mais pode dizer "como é bonito o nosso Alentejo..."

quinta-feira, maio 18, 2006

Baú de Velharias...


Lembro-me, como se fosse ontem, quando o meu pai me levou a ver este filme do Stallone. A tradução na língua de Camões era "O Lutador" e o meu progenitor "ferrou o galho" durante a maior parte do filme! Enfim, agora volvidos vinte anos encontro a sua banda sonora na net! O saudosismo de uns anos oitenta bem vividos e de uma imaginação de heróis hoje tidos com foleiros!

A importância dos PRIMEIROS SOCORROS!

Desde há algum tempo que fiquei convencido que os primeiros socorros devem ser uma competência básica inerente a qualquer cidadão, quanto mais técnicos de animação, educadores e auxiliares, daí que, com a participação do meu amigo de sempre, e companheiro de inúmeras aventuras (quase como o Butch Cassidy e o Sundance Kid) Ricardo Jorge (também ele um colaborador deste blog), enfermeiro de vocação, decidimos prendar os alunos da EPRAL com uma workshop acerca do tema.
O resultado foi deveras positivo e conceitos como manobra de heimlich, PLS (posição lateral de segurança), VOS (ver, ouvir e sentir), entre outros, enriqueceram o background destes futuros técnicos de animação sócio-cultural.
Nós que amamos o mundo, as viagens, a cultura, o essencial e não o acessório, será que temos alguns conhecimentos nesta área que pode ser fundamental numa situação de crise?
Fica o repto. Talvez estes conhecimentos nos ajudem, de facto, a deixar este mundo um pouco melhor do que o encontrámos!

O Corvo do Espírito Santo


Numa manhã solarenga um corvo deleita-se na fresca água do antigo colégio jesuíta do Espírito Santo. Não sei se o rescaldo de uma seca é propício para a proliferação destes necrófagos, no entanto há já alguns anos que não me lembro de ver tantos corvos pelas várias regiões deste nosso Portugal.
Para os nativos americanos é o símbolo da vingança e de uma alma atormentada... para nós são apenas pássaros pretos, com todas as conotações que isso possa ter.

terça-feira, maio 16, 2006

Grandes amigos

Num Mundo cada vez mais egoista em que se luta por um "lugar ao sol" como se de a própria vide se tratase, é dificil fazer amigos. Felizmente há exeções que comfirmam a regra, e um grupo de GRANDES AMIGOS se formou como que por magia,numa caminhada longa, de paz e de reflexão.
Obrigado por tudo LUIS, VANDA,SÍVIO E MAFALDA.

O melhor "pé-de-meia"

Nos dias que correm é imprescindível possuir um bom "pé-de-meia" para usufruir livremente das férias.
As mais variadas formas de atingir este objectivo são pensadas por todos, mas nem sempre a solução mais fácil está diante da nossa vista. Ora bem, vejamos:

A população mais beneficiada é a classe operária, contrariamente aos executivos e altos quadros de empresas. Passo a explicar:
Os altos quadros de empresas trabalham menos horas por dia, logo desfrutam de mais tempo livre. Este é passado de forma descontraída, em compras, cafés, clubes, ginásios, ou mesmo em casa a ver televisão. Todas estas actividades requerem custos, dinheiro! Mesmo em casa ligados ao televisor, a conta da EDP dispara, assim como o consumo de aperitivos, cervejas e refrigerantes.
O salário não estica e coitados não devem conseguir juntar um bom "pé-de-meia".
Os operários, por sua vez, despendem a maior parte do dia no trabalho, não podem passear, frequentar ginásios ou clubes da moda. No final do dia, descansam, não vão ao cinema, teatro, nem mesmo à ópera! Os seus gastos mensais resumem-se à alimentação e alguma pecita de roupa, para ir comprar alimentação, claro!

Desta forma o seu "pé-de-meia" cresce de mês para mês e as féria paradisíacas nas Caraíbas cada vez mais se tornam uma realidade.


Como tal não devem estranhar se encontrarem o Zé da tasca às compras na Versage de Paris, e o "Dr. de Sousa e Vasconcelos" na bela praia de Monte Gordo de Chapéu-de-sol e marmita às costas!

O "Padre" Rafael


A presença marcante do companheiro Rafael, numa fase inicial, levou-nos a pensar que se tratava de um sacerdote, um padre espirituoso e dedicado aos cânticos eclesiásticos. No entanto, este amigo, fabricante de doces e compotas de Arraiolos, revelou-se uma das pessoas mais espirituosas daquela caminhada. A sua companhia foi marcante e uma prova que tristezas não pagam dividas e, sem dúvida, que o humor é uma das manifestações mais eficazes de Deus. Porque é que nos esquecemos tantas vezes disso?

O bastão abençoado...


O materialismo perverte muito a busca da perfeição, um estado de espírito pleno. Sou humano, logo imperfeito e com orgulho em algumas imperfeições! Assumo-me como tal e sem ressabiamentos, daí que, com orgulho, apresento a minha mochila de caminhada e o meu bastão "Mckinley" abençoado por inúmeros trilhos, estradas, veredas, senderos... se falassem poderiam contar algumas das coisas que creio serem emblemáticas daquilo que sou e provavelmente serei.

A "cruz" de todos nós...


Sempre fui avesso a carregar, literalmente, a cruz que figurava no pelotão da frente desta peregrinação. Creio que a sua simbologia de sofrimento não é apelativa para a minha maneira de ver o mundo, daí que utilizava muitas vezes a analogia dos vampiros e da sua transformação em cinzas para me referir, em tom de humor, à tarefa hercúlea daqueles que a carregam para além da "cruz de todos os dias"...
Neste âmbito tive um dos maiores exemplos daquilo que apelidei a minha "cura de humildade" e estas fotos homenageiam os corajosos que, sem pedantismo intelectual, vergonha, desconforto social, beatice, mostram com orgulho a sua fé ao mundo e se assumem como peregrinos portugueses, dos caminhos da Senhora de Fátima.

Ainda na EPC...


De madrugada, em regime de peregrinação militar, prontos para mais uma etapa, eis a malta que já mencionei. O caminho já durava há cinco dias e o objectivo estava quase a ser atingido, como nós dizíamos, "o ataque ao cume". Este léxico, herdado do montanhismo, alegrava os nossos passos e dava um ar de expedição “National Geographic" à nossa peregrinação. Isto reforçado com a experiência de uma comissão no "Bié" em 69...

EPC, Santarém, de onde saiu um 25 de Abril Peregrino...


Nesta imagem vemos o "voyerismo" do sofrimento de uns pés "empolados" pelo alcatrão das estradas que ligam o nosso Alentejo ao santuário de Fátima. Irónico, mas cheio de simbologia, foi o facto de pernoitarmos na Escola Prática de Cavalaria de Santarém, de onde saiu a coluna militar que ocupou o Terreiro do Paço no famigerado vigésimo quinto dia do mês de Abril do ano "da graça do Senhor" de 1974. Prestei a minha homenagem a Salgueiro Maia em silêncio, almejando, um dia, ter a sua coragem e integridade humana e de espírito. A ascese e o espírito de revolução. Que dicotomia tão pertinente nesta minha experiência de peregrino.
Na foto figuram amigos que ficarão para sempre no meu coração. O Nelson, Mário, Vanda, Mafalda, Sílvio que partilharam o pó da estrada comigo, o vento, o sol e muitas outras graças. Esta foi a minha verdadeira bênção. Um forte abraço para eles.

sábado, maio 13, 2006

"O Caminho mais Longo"


Tudo começou com um devaneio. Numa calma tarde de sábado ao debruçar-se sobre um mapa do mundo, Ewan McGregor - actor de cinema e fanático confesso por motas - reparou que era possivel dar a volta ao mundo, atravessando o estreito de Bering e entrar no Alasca a partir da Rússia. Assim, decidiu telefonar ao seu melhor amigo, Charley Boorman, também actor e entusiasta por motas, e convencê-lo a acompanhá-lo numa viagem inesquecível. A viagem foi inteiramente documentada, com fotografias, e diários escritos ao pé da fogueira. Este é o resultado das suas aventuras. Um fascinante livro de literatura de viagem acerca de dois amigos que deram juntos a volta ao mundo e que, contra todas as expectativas, realizaram o seu sonho.
Um bom livro que me traz muitas saudades da minha "porquita". Gonçalo temos que pensar fazermo-nos à estrada nas nossas "brutas squab e adress". Que dizes?

quinta-feira, maio 11, 2006

Quem não aparece...

É este o tempo de novas visitas pela nossa terra. Com o regresso do bom tempo, do calor e dos dias ensolarados, chegam junto de nós as mais variadas especíes de aves.
A ave mais popular entre os lares alentejanos (e portugueses de forma geral) é a denominada por "Hirundo rustica", ou seja, a andorinha dos beirais.
Esta criatura faz a delicia dos mais novos, ao assistirem atentamente à "obra de criação" produzida pelas aves; a construção dos seus ninhos. A alimentação das suas crias é outra actividade cativante para todos; um momento priviligiado para assistir ao curso maravilhoso da Mãe Natureza.

Outros há, que não suportam estas pequenas criaturas que contribuem para a deterioração da pintura dos carros e das casas, para a acumulação de lixo e detritos nas ruas, etc.
Não faria sentido estar a escrever estas palavras se nada de novo houvesse para pensar ou ter em conta.
As andorinhas são aves migratórias, assim como tantas outras que têm passado pelo país e colocado metade deste cantinho Luso em alerta geral.
Os patos, gansos, frangos, pintos,... são aves com um alvo bem redondo no seu papo onde paira a ameaça da GRIPE!
É curioso constatar que ainda há poucas semanas
Pássaros, passarinhos e passaroucos
aves de rapina ,melros e cucos

eram um perigo eminente para a saude pública, os responsaveis por uma pandemia global e hoje de nada se fala.
A Gripe das Aves não se dignou a parecer em Portugal e hoje, todos vivemos em harmonia e alegria com todos os pássaros, aves e pinguíns alojados neste canto da Europa.
No que concerne à Gripe das Aves é caso para dizer:
Quem não aparece, esquece!

sexta-feira, maio 05, 2006

Caminhos de Ferro...


Podeis chamar-lhe tendência genética, dadas as minhas origens ligadas à ferrovia. Filho de ferroviário, como Salgueiro Maia ou Pablo Neruda, a destruição do património ferroviário, outrora motor de desenvolvimento regional, aglutinador de pessoas oriundas de vários pontos do país (trouxe parte da minha família para o Alentejo), pai de novas povoações, perturba-me e ainda me faz descrer mais no rumo que este país vai tomar.

O comboio, quanto a mim, o mais nobre de todos os meios de transporte, cavalo de ferro, sulca os caminhos de uma forma poética, sem grande impacte ambiental, com grande capacidade de transporte (de pessoas e mercadorias), com riscos mínimos de acidente (ao contrário do seu homólogo rodoviário), e, apesar da grande ênfase dada ao TGV (ligando apenas pontos estratégicos de interesse económico no litoral, que pouco beneficiam o interior esquecido), os ramais do interior continuam a morrer, tal como as regiões que os albergam.
O património da CP no Alentejo tem sido continuamente profanado. Estações fantasmas, linhas oxidadas, agulhas partidas ecoam na solidão da planície. O que ainda as recorda são algumas obras de azulejaria (roubadas das antigas estações) que figuram em algumas casas “in” ou em algum antiquário sem escrúpulos…
Quem ama a ferrovia, quem acredita no seu potencial, não consegue conceber tamanho abandono, acredita na sua modernização e, quem teve esse “prazer”, nunca esquecerá uma aventura entre Évora e Casa Branca (do Alentejo, não está lá nenhum G.W. Bush)… Felizmente esse troço está em obras para melhorar as ligações ao Algarve e Lisboa. Esperemos que seja uma tendência a seguir em vários pontos do país, apesar de, ontem, medidas contrárias terem sido anunciadas.

quarta-feira, maio 03, 2006

Caminhos de Portugal (Mário Gil)


Esta música ecoa na minha mente quando penso acerca do meu país. Um país de "Mixs de Verão" e de "Os Lusiadas", berço de "Tony Carrera" e "Almada Negreiros", de "Malucos do Riso" e "Gato Fedorento", de arte das "Caldas" e casas do "Siza"... o meu bom Portugal bastante "Pimba" e erudito ao mesmo tempo...
Ah! Grande Mário Gil! Um dos últimos orgulhos de ser descendente de Luso... apesar de ele ser brasileiro!

"Pelos caminhos de Portugal
Eu vi tanta coisa linda
Vi um mundo sem igual

Eu vi Estoril,
Eu vi Sintra, eu vi Cascais,
Da Batalha eu fui a Fátima
Onde a fé vive bem mais.
Eu vi Coimbra
Terra de muito aconchego
De Viseu fui pra Lamego,
Cheguei a Vila Real.

Em Trás-os-Montes
Com carinho eu vi Bragança
Terra cheia de amizade
De amor e de esperança.
E vi aldeias
Vi o Parâmio e vi o Zeire
Onde nasceu minha mãe
E uma infância feliz teve.

Estive em Chaves,
Vi o Bom Jesus em Braga,
De Monção fui pelo Minho
Onde a beleza não se acaba.
Fiquei contente
Em Viana do Castelo
E de Póvoa de Varzim
Ao Porto que eu tanto quero.

Meu rico Espinho
Meu rico Aveiro
E depois fui por Figueira da Foz
E de Leiria
Nazaré, Alcobaça,
Fui por Caldas da Raínha
E Santarém logo após

Lá em Peniche
Comi boa caldeirada
Em Sesimbra foi sardinhas
E em Setúbal só uma olhada.
Val de Lobo
Lá no Algarve, Portimão,
Em Tavira e em Faro
Eu deixei meu coração.

Serra da Estrela
Que é tão célebre,
A boa Évora e a linda Portalegre,
Castelo Branco,
Covilhã e já não tarda
A terra do meu pai
A tão querida Guarda.

Tenho que ir
À Madeira e aos Açores
À procura de belezas.
Sei que me falta ver
Muita coisa e boa
Porém, já estou contente
Pois vi o céu, eu vi Lisboa,
Eu vi o céu, eu vi Lisboa."



O Sol "caliente" do jornalismo português


José António Saraiva (ex-director do Expresso) apresentou hoje o jornal "Sol" (nada parecido com o "The Sun" inglês), com lançamento marcado para o dia 16 de Setembro. Segundo o mentor do projecto, o semanário «é uma inevitabilidade, diferente de tudo o que se viu até hoje» e integra vários formatos jornalísticos, explicou em conferência de imprensa, como uma «ideia luminosa», como um jornalismo positivo. «Não estamos virados para o passado», afirmou o ex-director do "Expresso", não assumindo, desta forma, a concorrência directa com o actual semanário de maior destaque em Portugal.
No entanto, o semanário "Sol" reúne «a equipa que protagonizou os anos de ouro do Expresso». Gente como Felícia Cabrita, José António Lima, Mário Ramires e Vítor Rainho, entre outros ainda não revelados, dão a cara por um projecto tido como «arriscado», que estará à venda por dois euros, destacando-se pela implementação de conceitos totalmente inéditos a nível nacional e internacional, e não fosse o jornalismo português actual brilhante, isento, repleto de grandes profissionais(inconvenientes logo relegados para segundo plano.
Segundo consta, o próprio logótipo, ao invés de outros jornais, não é tipográfico, mas sim pictórico, tendo por base uma pintura de Pedro Proença em mutação consoante as estações do ano.
A baixa lisboeta, na zona do Chiado, albergará a sede desta publicação e terá, ainda, um painel luminoso exterior permanentemente actualizado com notícias (esperemos que não primem por capas como o seu homólogo britânico do qual temos uma capa publicada, e creio que não queremos ver, outra vez, Alberto João Jardim de “slips”) e terá o rés-do-chão aberto ao público, de forma a promover a interacção entre leitores e jornalistas. A edição on-line também promete novidades. Vejamos.

Em que ficamos??

Como assumido "camponio" (entenda-se este termo como um aficcionado pelo campo) que sou, algumas dúvidas sobre o futuro deste meu chão têm surgido de forma constante na minha existencia:


Alguns especialistas na matéria (cientistas e biólogos) têm vindo a fazer afirmações contraditórias no que concerne ao futuro do meu Alentejo.

Alguns afirmam que com o aumento progressivo das temperaturas, o Alentejo se transformará num completo deserto desprovido de qualquer tipo de vida. A fauna e flora desaparecerão devido à falta de ploviusidade e humidade. Talvez restem apenas algumas tribos de "ti Maneis" tuaregues do deserto alentejano.

Outros, afirmam que é certa a subida do nível médio das águas do mar, ficando parte do Alentejo Interior como costa do nosso Portugal.

Ora estes dados aliados à grande superficie de água que é o Alqueva, este pedaço de chão será uma verdadeira estância balnear. Então iremos encontrar diversos "MItch´s Barrancos" e "Pamelas Marias" nas magníficas praias da Azaruja ou mesmo de Pias.
Resta-me estão indagar-me sobre o nosso futuro:
E afinal em que ficamos??

terça-feira, maio 02, 2006

Mais um para os "Senderos"!


Após várias tentativas, temos o prazer da companhia e dos posts do "grande" Gonçalo Mendes!
Para ele um forte abraço, com votos de uma excelente experiência na blogosfera! Precisamos de um ponto de vista como dele!
Foto: "À Proa", Zêzere, 2006.

Horizontes inversos

Curioso é depararmo-nos com algo tão obvio e claro, que sempre esteve diante de nós e de um momento para o outro parecer uma descoberta brilhante.
Passo a explicar:

O horizonte terreno é inversamente proporcional àquele que é proporcionado intectualmente.
Se em pleno Alentejo as paisagens são de uma grande imensidão, os horizontes intelectuais são invesamente proporcionais.O acesso á cultura é limitado.
Lisboa, a capital, onde se concentra o conhecimento e a cultura, os grandes intelectuais, os seus horizontes materiais são apenas o prédio do vizinho, o final da passadeira ou, na melhor das hipoteses a ponta oposta da avenida em que passamos.

Pois é; a grande vastidão que rodeia o grande Jorge Neto é o melhor exemplo desta teoria. Terra a perder de vista, mas, e o resto?
Da minha pátria posso apenas concluir:
Nada maior e melhor que o Alentejo.
Lisboa, que pequena e insignificante que és!

Artístico Peito Lusitano


Eu associo o "ilustre peito lusitano" a uma bela portuguesa, à semalhança desta bela estátua, e não a um peito peludo, moreno, com um fio de ouro na montra de uma camisa desabotoada...
Em vez do "desejado" D. Sebastião, porque não desejarmos a vinda de uma rainha nas brumas do futuro?