«Quando contemplo o
firmamento, obra das tuas mãos, a lua e as estrelas que fixaste lá, que é o
homem – pergunto – para que dele Te lembres? Que é o filho do homem, para que
Te ocupes dele?»
(Sl. 8, 4-5)
Para o Pessoa
Poeta versava com peta.
Misturou sinto com absinto
A estalar corações de vidro pintados,
Embriagado de si mesmo, como uma pedra, livre do monte,
No pára-brisas de um Chevrolet pela
serra de volta à aldeia urbanizada pela sua infância.
Escreve de pé a razão que não sei
Que não soube e não souberam.
Digna do desassossego
Ao qual não me nego
Quer na estante, quer no instante.
Como Pessoa.
Mas não sou Pessoa
De encostar-se, de pé, à cómoda insónia.
Tenho o medo sonâmbulo de desfalecer no peso apoiado,
Que caia no chão, nas balelas,
E se abram as gavetas para as quais escrevo.
Soa-me a Pessoa
(a Fernando,
Pelo ir pela vida rimando,
Postando
Moderna filosofia de rede social).
Citando se vai andando
Pela literatura da amargura,
De avatares heterónimos,
Imbróglios
Dessa treta que é
Caso particular de binómio de
Pessoa humana.
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