segunda-feira, dezembro 29, 2025

"Cántico del Vacío y del Todo” - Enishi Yutui (in "Shibumi", nº60)

29/XII/2025:
2025 me permitió compartir el original en portugués de este “Cántico del Vacío y del Todo”, de Enishi Yutui, en la bellísima antología poética, organizada con esmero por Ruy Ventura, Cânticos do Cântico – 800 Anos do Cântico das Criaturas; y a mi estimado Pedro Martín también le pareció pertinente publicar su traducción al español en las páginas del número 60 de Shibumi. Me enorgullece mucho tener un rinconcito en ambas publicaciones, dirigidas por hombres cuyos valores estéticos y éticos son algo más que un refugio.

29/XII/2025:
2025 permitiu-me partilhar o original em português deste “Cántico del Vacío y del Todo”, de Enishi Yutui, na belíssima antologia poética, organizada com esmero por Ruy Ventura, Cânticos do Cântico – 800 Anos do Cântico das Criaturas; e ao meu caríssimo Pedro Martín pareceu-lhe igualmente pertinente publicar a sua tradução para espanhol nas páginas do número 60 da Shibumi. Muito me orgulha ter um cantinho em ambas publicações, dirigidas por homens cujos valores estéticos e éticos são algo mais do que um refúgio.





Além das ondas gigantes...

26/XII/2025: Além das ondas gigantes, da tradição das varinas das sete saias ou de artes pesqueiras ancestrais, a Nazaré é um caminhar íngreme entre a memória do que se foi, entre a capacidade de violência do Atlântico, entre a fé dos que vão ficando em terra e por entre o trabalho dos dias daqueles que ascendem um lugar a uma qualquer representação simbólica.
Aqui, a tragédia e a esperança têm a mesma luz e partilham as mesmas sombras.
26/XII/2025: Más allá de olas gigantes, de la tradición de las vendedoras de las siete faldas o de artes pesqueras ancestrales, Nazaré es un caminar escarpado entre la memoria de lo que fue, entre la capacidad de violencia del Atlántico, entre la fe de quienes van quedándose en tierra y a través del trabajo de los días de aquellos que elevan un lugar a una determinada representación simbólica.
Aquí, la tragedia y la esperanza tienen la misma luz y comparten las mismas sombras.

"Descobre aquilo que há de bom dentro de ti..."

27/XII/2025: “Descobre aquilo que há de bom dentro de ti. Procura, acima de tudo, ser [boa] gente.”
Aqui a frase é atribuída a Charlot; no entanto, não me consta que seja da colheita de Charlie Chaplin. Trata-se de mais um dos inúmeros casos de citações apócrifas que, apesar da incorreção (e de alguma ignorância), deixaram de me preocupar. No fundo, é uma confusão entre autor e obra que não me parece ter intenções ocultas, nem tornar o mundo pior do que ele já é.
27/XII/2025: "Descubre aquello que hay de bueno dentro de ti. Busca, por encima de todo, ser [buena] gente".
Aquí la frase se atribuye a Charlot; sin embargo, no me consta que sea de la cosecha de Charlie Chaplin. Se trata de uno más de los innumerables casos de citas apócrifas que, pese a la incorrección (y a cierta ignorancia), han dejado de preocuparme. En el fondo, es una confusión entre autor y obra que no me parece tener intenciones ocultas ni hacer del mundo un lugar peor de lo que ya es.

quinta-feira, dezembro 25, 2025

Numa rua completamente às escuras movem-se estes versos

25/XII/2025: Mais um Natal, diferente como todos os Natais. Entre os presentes, quiseram os “correios” que este "Numa rua completamente às escuras movem-se estes versos" me chegasse hoje às mãos. Há um tal Luis Leal por essas páginas, bastante bem acompanhado por quem verdadeiramente sabe de versos, mas que costuma preferir estar “Só, com a paz que merecemos”. Ainda não li a antologia; apenas a folheei, com algumas breves paragens. Contudo, eis um bom livro para termos presente em certas festas… Obrigado à Lília Tavares e à Poéticas Edições por contarem comigo para um projeto desta natureza.
25/XII/2025: Un año más, Navidad, distinta como todas las Navidades. Entre los regalos, quisieron los “correos” que este "En una calle completamente a oscuras se mueven estos versos" llegara hoy a mis manos. Hay un tal Luis Leal por esas páginas, muy bien acompañado por quienes verdaderamente saben de versos, pero que suele preferir estar “Solo, con la paz que merecemos”. Aún no he leído la antología; tan solo la he hojeado, con algunas breves pausas. Sin embargo, aquí está un buen libro para tener presente en ciertas celebraciones… Gracias a Lília Tavares y a Poéticas Edições por contar conmigo para un proyecto de esta naturaleza.

terça-feira, dezembro 23, 2025

23/XII/2025

23/XII/2025: Puede que el pasado que contiene mi tuétano me aleje de la infancia, pero al niño que llevo dentro le siguen gustando las Navidades. Ya no disfruta solamente jugando, sino viendo a los demás jugar y compartiendo tiempo y atención.
Al yo mayor le gustan las luces, el frío, el silencio y esa sensación de transición cuya naturaleza se elevó a ritual. Le gusta agradecer las pequeñas cosas que, en su conjunto, encierran una riqueza de la que posiblemente muchos no se darán cuenta o no se les permite darse cuenta. Piensa en el regalo que le gustaría ver compartido por este mundo, especialmente en sus dos tierras: la decencia.
En la síntesis de los yoes hay un tercer ente que únicamente quiere alejarse, significarse en el vacío y aceptar que estos son los tiempos que le han tocado vivir. Pero sigue escuchando y dialogando con las voces del pasado y del presente. No desistir es resistencia; es, quizá, casi una revolución. No desistir de la humanidad, de nuestra humanidad, es también espíritu de Navidad. Es el nacer, o renacer, que simbolizan estas fiestas.
Celebramos el nacimiento de un Hombre Bueno, a pesar de que llevamos tiempo haciendo caso a gente mala: acosadores, mentirosos y oportunistas, seres ignobles que nos quieren colonizar con su banalización del mal. Sería fácil poner nombres y apellidos, pero no merece la pena nombrarlos. Me niego a que también estén presentes en lo que de puro tienen las Navidades.
Celebremos a los buenos, no es difícil. Son aquellos que no desean el mal a nada ni a nadie. Son muchos y no están acobardados. Simplemente, a algunos no les conviene que sepamos que existen. Feliz Navidad.

23/XII/2025: Pode ser que o passado que trago no meu tutano me afaste da infância, mas à criança que tenho dentro continua a agradar-lhe o Natal. Já não se deleita apenas a brincar, mas a ver os outros brincar e a partilhar tempo e atenção.
Ao eu adulto agradam-lhe as luzes, o frio, o silêncio e essa sensação de transição cuja natureza se elevou a ritual. Gosta de agradecer as pequenas coisas que, no seu conjunto, encerram uma riqueza de que possivelmente muitos não se apercebem ou não lhes é permitido aperceber-se. Pensa no presente que gostaria de ver partilhado por este mundo, em especial nas suas duas terras: a decência.
Na síntese dos eus há um terceiro ente que apenas quer afastar-se, significar-se no vazio e aceitar que estes são os tempos que lhe coube viver. Mas continua a ouvir e a dialogar com as vozes do passado e do presente. Não desistir é resistência. É, talvez, quase uma revolução. Não desistir da humanidade, da nossa humanidade, é também espírito de Natal. É o nascer, ou renascer, que estas festas simbolizam.
Celebramos o nascimento de um Homem Bom, apesar de há muito fazermos caso a gente má: assediadores, mentirosos e oportunistas, seres ignóbeis que nos querem colonizar com a sua banalização do mal. Seria fácil dar nomes e apelidos, mas não vale a pena nomeá-los. Recuso-me a que também estejam presentes naquilo que de puro tem o Natal.
Celebremos os bons, não é difícil. São aqueles que não desejam o mal a nada nem a ninguém. São muitos e não estão acobardados. Simplesmente, a alguns não lhes convém que saibamos que existem. Feliz Natal.

Imagem gerada con GenIA a partir do conteúdo desta publicação. 

segunda-feira, dezembro 15, 2025

Si hubiera comido bocatas de mortadela...

14/XII/2025: Si este «Vencido de la vida» hubiera tenido un amigo como mi hijo X., si hubiera montado en skate, si hubiera comido bocatas de mortadela delante del mar, me da que no habría tenido un final tan desventurado…
(La verdad es que Antero de Quental era genial; cómo me encanta visitarlo aquí y en sus sonetos.)

14/XII/2025: Se este «Vencido da vida» tivesse tido um amigo como o meu filho X., se tivesse andado de skate, se tivesse comido sandes de mortadela em frente ao mar, parece-me que não teria tido um fim tão desventurado…
(A verdade é que Antero era genial; como adoro visitá-lo aqui e nos seus sonetos.)

quinta-feira, dezembro 11, 2025

Uma fotografia de Lefteris

 


Lefteris - ΠΟΔΗΛΑΤΙΣΣΑ written with bicycle parts, 2011

ποδηλάτισσα means:

1. feminine cyclist  [masc. ποδηλάτης]

2. cafe in volos, greece

ΩΩΩΩΩΩΩΩΩΩΩ

Ποδηλάτισσα: Μεγάλες στιγμές για το υπέροχο καφέ της πόλης μας… [Βόλος]
[Ciclista: Ótimos momentos para o maravilhoso café da nossa cidade… - Volos]



segunda-feira, dezembro 08, 2025

"Mas as palavras são pedras", disse-me

8/XII/2025: "Mas as palavras são pedras”, disse-me. Na época não o percebi, não me pareceu ter sentido, nem sabia que também nós sedimentamos tanto do que somos como do que vivemos. A "Aparição" é densidade e substância, o magma que se tornou granito, trabalhado por tantos cantoneiros até ficar com a forma presente. Ou britar-se nessa pedra que foi pisada e também arremessada em violência.
No Alto de São Bento, décadas depois, penso que apareço. Encontrei algum propósito, toquei várias formas, e as minhas mãos respondem ao Vergílio, ou ao Alberto. Para mim, que daqui nasci, as pedras são palavras. Nunca imaginei deixá-las aos montes no papel.

"Pero las palabras son piedras", me dijo. En aquella época no lo entendí, no me pareció que tuviera sentido, ni sabía que también nosotros sedimentamos tanto lo que somos como lo que vivimos. "Aparición" es densidad y sustancia, el magma que se volvió granito, trabajado por tantos canteros hasta adquirir su forma presente. O triturarse en esa piedra que fue pisada y también arrojada con violencia.
En el Alto de São Bento, décadas después, pienso que aparezco. Encontré algún propósito, toqué varias formas, y mis manos responden a Vergílio, o a Alberto. Para mí, que aquí nací, las piedras son palabras. Nunca imaginé dejarlas amontonadas sobre el papel.

(Alto de São Bento, Luis Leal, foto de Santiago L. Pinto)


domingo, dezembro 07, 2025

"Train Dreams"

6/XII/2025 – "Train Dreams" (Netflix): Me hubiera gustado ver la magnífica interpretación de Joel Edgerton en el cine. Si ya frente al televisor me emocioné, imagino cómo habría sido experimentarla en la gran pantalla. "Train Dreams" es una historia profunda, triste y tan verosímil que conmueve sin artificios: transmite la dureza y la belleza de los golpes y de las caricias de alguien que atravesó la vida sin más pretensión que la de ser un buen padre de familia. Decencia y dignidad.
(Ya no tiene nada que ver con la película, pero hasta suscribiría un régimen de tres “D”: Decencia, Dignidad y Democracia.)
6/XII/2025: Gostaria de ter visto a magnífica interpretação de Joel Edgerton no cinema. Se já me emocionei em frente ao televisor, imagino como teria sido vivê-la no grande ecrã. "Train Dreams" é uma história profunda, triste e tão verosímil que comove sem artifícios: transmite a dureza e a beleza tanto dos golpes como das carícias de alguém que percorreu a vida sem outra pretensão que a de ser um bom pai de família. Decência e dignidade. 
(Já não tem nada a ver com o filme, mas até subcreveria um regime de três "D": Decência, Dignidade e Democracia".)