quarta-feira, fevereiro 11, 2009

A Groja

Um dos hábitos enraizados na nossa cultura é a gorjeta.
Vamos jantar fora em grupo, numa noite de copos e no final arredonda-se a conta e fica a groja.
Vamos jantar fora com a família, não queremos passar por “pelintras” e lá fica mais uma moeda ou duas.
Pior, se vamos jantar com uma moça e queremos impressionar até podemos deixar mais de groja que de jantar que não faz mal.
Confesso que não tenho o hábito de deixar grojeta, mas por vezes deveria. Outras, ainda bem que não deixo.
Para quem trabalha na restauração é sempre um dinheiro bem-vindo, livre de impostos que ajuda no dia-a-dia.
Mas deveria ser um prémio ou agradecimento quando nos é prestado um bom serviço.
No último fim-de-semana fui jantar com a minha cara metade. O restaurante é agradável, um espaço grande onde se come bem mas sem grandes requintes. È na verdade uma cervejaria com marisco e uns pratos que não sendo baratos, não são caros.
Ora o senhor que nos atendeu, não foi particularmente atencioso, até porque na mesa ao lado se encontrava um grupo de franceses com quem este confraternizou enquanto nos servia. Jantámos, pedimos a conta e surge este diálogo enquanto o Sr. Surge com a máquina de multibanco:
EU – Ora quanto é por favor?
Sr. – 35, 55. Posso Arredondar?
EU – Ok. Para 36.
Eis então que vou para carregar o botão de OK e vejo: 40.00
EU – Desculpe, mas não falei em 40 Euros. (mas ca ganda lata a deste gajo! – pensei eu)
Sr. – Quer arredonde para quanto?
E eu deveria ter respondido: não arredonde ou arredonde para 35. Mas a surpresa e talvez o embaraço deixaram-me com apenas uma reacção:
Arredonde para 36!
Não, não acho que este senhor merecesse groja. Por isso fica prometido: Vou ter mais atenção ao serviço que me prestam e não compensarei ninguém sem que mereça! Está Prometido!!!

3 comentários:

o passageiro disse...

Mas esse deveria ser o dono já que a groja até ia para a conta do restaurante...pior!

Anónimo disse...

Para dizer a verdade, sou muito avesso a dar groja, ou gorja (parece-me que é gorjeta), mas tal como tu, também a dou por vergonha ou simplesmente porque sou estúpido.
As gratificaçoes sao uma forma de economia paralela típicas de algumas profissoes, ajudam no orçamento (verdade), mas, por si só, sao um contrasenso ao que deve ser o profissionalismo, os deveres que temos enquanto profissionais (isto num contexto normal de direitos e deveres laborais). A ti ninguém de dá 0.50€ por ensinares a fazer bem o pino ou 5€ por ensinares alguém a pensar pela sua própria cabeça...
Ou entao que se faça como em alguns países que que a gorja está incluida no serviço e assim é facturada, deixando de estar nessa economia paralela que ampara crises (o lado positivo da gorja em alguns lares)... economia essa que, sem gorjeta ou com, movimenta uns quantos euros...
Aquele abraço.

Anónimo disse...

Não sejas forreta mendes, a pessoa precisa de ganhar a vida e a restauração está em crise!!!
Pagas o café?