Há prazeres para mim que para muitos são apenas coisas tontas e sem sentido. É assim, claro como a água, e uma lei quase universal que nos confere a pouca autenticidade que se pode ter nos dias de hoje. O prazer a que me refiro é o de percorrer feiras de velharias, onde quer que as encontre (de preferência num dia solarengo e simpático), e vasculhar no meio do pó e da sucata alguns artigos que estão repletos de história ou de histórias.
Hoje assim foi. Na companhia e cumplicidade da Elsa, rumámos ao mercado de velharias no centro da cidade de Évora, numa manhã de Páscoa em que alguns envergavam o seu traje dominical a fim de assistirem à missa e outros, os turistas, os diletantes, os transeuntes, que aqueciam a paisagem arrefecida por um estranho vento de Abril.
Quatro moedas de euro serviram para levar mais uns livritos poeirentos para as minhas estantes
, para folhear um
pouco do que se escrevia no passado acerca de coisas como Espanha (vista pelo seu próprio governo), escalada e artes marciais (“nunchaku” pelo grande mestre, muito conhecido no seio das artes marciais nos anos 70 e 80, Ruy Mendonça, uma espécie de Chuck Norris “tuga”, radicado em Torremolinos), e uma revista, datada de 1944, cujo título nos remete para a fotografia, “Objectiva”.
Com este passado, de cheiro a mofo e poeirento, aprendo um pouco mais sobre o presente e guardo-o, podendo (quem sabe?) ser útil no futuro…
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