segunda-feira, setembro 28, 2009

Ecos en el viento que viene de España


La prensa española ha prestado alguna atención a las elecciones en Portugal, quizás la más grande desde que viven los dos países en democracia, y no nos debemos olvidar que este fue el plebiscito que, además de palabras nuevas en el léxico luso como “arruada”, más ha involucrado las relaciones políticas entre los dos países con temas como el AVE o las declaraciones explosivas (de carácter nacionalista) de Manuela Ferreira Leite que “Portugal no es una provincia de España”.
De acuerdo con algunos puntos de vista de la prensa española, la línea de acción de la actual líder del PSD que no usó su elevada preparación profesional para atacar con argumentos económicos al actual y recién elegido primer ministro, ha tenido un precio altísimo: la perdida de las elecciones y un aumento de la distancia con el PS.
Incluso, la influencia de los medios de comunicación españoles determinó la perdida categórica del partido fundado por Sá Carneiro. El viernes pasado, Luis Filipe Menezes, anterior líder del partido de Ferreira Leite y muy cercano al candidato al ayuntamiento de la capital, Santana Lopes, escribió un polémica crónica en “El País”, donde evidenciaba que era un error dejar de invertir en los tramos de alta velocidad que unirían los dos países y que las relaciones internacionales lusas deberían privilegiar su vecina España. Hasta aquí, nada de nuevo, sino que Menezes afirmó que estas habían sido las elecciones más pobres intelectualmente desde la Revolución de los Claveles.
¿No bastaba ya el grupo PRISA y el telediario de TVI? ¿Pina Moura en Iberdrola? ¿Ahora “El País”? Es evidente que Portugal será siempre un país independiente, sus fronteras, cultura y idiosincrasias están más que consolidadas y todos los rumores de unión ibérica no pasan de lo que son, es decir, rumores sensacionalistas, muy buenos para vender periódicos y hacer encuestas, olvidando que España ya tiene un montón de problemas con los nacionalismos y seguramente que les da igual Portugal. Pero el espacio compartido en la península y las buenas relaciones políticas, sociales y culturales, son un claro ejemplo que Portugal y España tendrán siempre una palabra que decir a la hora de elegir nuevos líderes políticos. Por supuesto que España tiene una postura más fuerte en este ámbito, pero Portugal también es un oportuno aliado de la política española, ya os acordareis de la intervención en “portuñol” de Sócrates en un mitin del PSOE o una ondulante bandera de Portugal en el discurso victorioso de Zapatero en las últimas elecciones para el gobierno en España.
Sin embargo, y a pesar de las dichas influencias transfronterizas, el PS ha ganado pero pierde la mayoría absoluta, sin que el enfoque positivo que su líder quiso dar a su campaña, basado en la determinación de un futuro mejor, en proponer soluciones y negar todas las acusaciones de “asfixia democrática” que ha asombrado su liderazgo, se manifestara en las urnas.
Todo ha cambiado, hay muchas diferencias con los anteriores resultados de 2004, con un PSD connotado con una líder apodada de “Salazar con faldas”, enflaquecido y gritando por cambios de liderazgo (el gran ausente fue el exlíder de la JSD Passos Coelho, ¿Cuál será su próximo paso hacia la dirección del partido?), unas “puertas” abiertas al pasado a través del discurso populista, diciendo lo que se quiere escuchar, de Paulo Portas, el eterno candidato del PP, que ahora es la tercera fuerza política, y la izquierda fragmentada de trotskistas y marxistas (con el Bloque de Izquierda doblando el número de representantes parlamentarios y el Partido Comunista manteniendo los mismos diputados de la legislatura anterior) que se prevé que tendrán de llegar a acuerdos para que el gobierno pueda hacer lo que debe, es decir, gobernar todos los portugueses.

quinta-feira, setembro 24, 2009

La vendimia en Madeira (¡Para celebrar la época de “Baco”!)



En Funchal he encontrado, en el contexto de una exposición de un instituto, pero en la Universidad de Madeira (un antiguo colegio jesuita, que a pesar de no ser igual es contemporáneo del colegio del Espíritu Santo en mi ciudad, Évora), dos fotos sobre las cosechas en esta isla que han hecho con que el vino madeira sea uno de los más conocidos y afamados del mundo. No sé quiénes son sus autores, por eso no puedo identificarlos, pero voy a prestar el debido homenaje a los anónimos que guardan estos momentos para el futuro.

segunda-feira, setembro 21, 2009

Web

Entre Duas Terras


Muito se tem discutido nas últimas semanas o tema do TGV e de uma possível conspiração da monárquica Espanha no seio da democracia republicana (também ela adjectivada de asfixiada) do nosso periférico Portugal, algo que não é de estranhar nesta época de eleições, pois desta forma não se discutem temas como o desemprego, “fossos” sociais entre classes, desenvolvimento sustentável, segurança ou o esquecimento do interior.
Manuela Ferreira Leite é a campeã neste tema (não é que os outros candidatos lhe fiquem muito atrás), com declarações que, citando o cronista “extremeño” Javier Figueiredo, “cheiram mais a Aljubarrota do que a progresso”. Não podia estar mais de acordo, no entanto não vou aprofundar mais este tema que se tem tornado recorrente nos “mass media” lusos e que tem suscitado algum interesse aos “nuestros hermanos”, que têm visto com alguma incredulidade o facto de serem acusados de intervirem na vida política portuguesa. É curioso o facto de o PP espanhol, também, acusar do PSOE de manipular a justiça e os magistrados, fazendo com que se investiguem cada vez mais membros do seu partido envolvidos em pretensos casos de corrupção, ou de moda (o alfaiate de Camps), mas, de momento, que eu me tenha apercebido, nenhum jornalista foi afastado como Manuela Moura Guedes por cá. Sinceramente, não é de estranhar, apesar das suas qualidades jornalísticas isentíssimas, por os efeitos nocivos (visíveis e evidenciados pelas cores agressivas da TVI) do botox… Terão sido verdadeiramente pressões governamentais, através do grupo PRISA, ou a “Corporación Dermoestética” com medo de perder clientes no campo das rugas de expressão?
Enfim, espanhóis e portugueses compartem muito mais que o “cerdo ibérico” e vêem agora mais uma polémica que envolve duas das regiões mais “ricas” destas duas nações (efectivamente a sua maior riqueza são as pessoas e as suas variantes dialectais arrastadas e peculiares), o Alentejo e a Extremadura, que, até as eleições acabarem, não têm esperança de verem nos carris de alta velocidade a cruzarem o seu contínuo paisagístico. Depois, já que a política é fiel à sua palavra, melhor, fidelíssima, não nos admiraremos que já estejam reunidas as condições para que se avance com o projecto… ou não… Como já ouvi dizer: “o bloco central que decida!”. Quem não é das pontas nem do centro vai, por enquanto, recorrendo a outro transporte que não se adequas às regiões em questão e “vendo navios”.
Mas Alentejanos e Extremenhos não esperam que os seus políticos da urbe se lembrem da província e “deixem cair umas migalhas” de riqueza pelo trajecto de um hipotético trem de tecnologia de ponta e, enquanto eu escrevo, em Vila Velha de Rodão, decorre o 1º Plenário da Euro-Ace, por outras palavras, a assinatura do protocolo de constituição da Eurorregião Alentejo-Centro-Extremadura.
Ao pragmatismo espanhol juntámos o desenrascanço português, munido de carolice no associativismo desde sempre nas duas regiões, e consolidam-se grupos de trabalho em áreas tão distintas como ambiente, agricultura, recursos naturais, protecção civil, energia, transportes, comunicações, turismo, cultura, educação, emprego, saúde, serviços sociais e juventude e desporto.
Desde há muito que estas duas regiões abraçam projectos comuns e se afastam de Madrid e Lisboa, no que diz respeito a estereótipos e medos oportunos de perdas de identidades e independências económicas, fazendo com que não se perca um dos maiores dividendos que ambas as democracias nascidas nos anos 70, isto é, verdadeiras relações transfronteiriças.
Sorte para quem quer cooperar no seio da península que o Engº Sócrates tem como melhor amigo o Presidente do Governo Zapatero, porque o gabinete de iniciativas transfronteiriças em Portugal (com apoios do Interreg) deve de estar bem escondido na raia, (ainda devem pensar que há guarda fiscal como no tempo do contrabando!), desta forma é melhor desfrutar da amizade dos dois estadistas e aproveitar que o “Gabinete de Iniciativas Transfronterizas” na Extremadura existe efectivamente e fomenta a cooperação entre as duas regiões e os dois países. Mas, há sempre alguém que resiste, há sempre alguém que ressuscita a “padeira” e a sua pala “mata sete” para que nos mantenhamos alerta, não vá o diabo tecê-las e reencarnar para aí algum Felipe II.

sexta-feira, setembro 18, 2009

S. Pedro de Moel, Junho

Fotografia de PLCA

O Verão estava a começar naquele 19 de Junho e olhem aí no que deu o tal Verão. Bem-vindo o Outono e venham as chuvas, que anda tudo muito seco!


quinta-feira, setembro 17, 2009

A política está cheia de lugares comuns… e de estrume.


Portugal anda a “ferro e fogo” numas eleições que parecem um filme do Robert Zameckis, mas sem o Michael J. Fox e o Christopher Loyd. Este “Regresso ao Futuro” deve-se a quê? Não sei, e já nem quero pensar por questões de sanidade mental. Já que isto por terras lusas não vai da melhor maneira, ao menos que já que somos forçados a aturar tanta coisa e a ver o nosso nível de vida baixar ao ponto de voltar a ser uma economia doméstica (de hortas, árvores de rua e dádivas de vizinhos…) a fazer a tarefa de um estado que se diz social e com o peso adequado na sociedade, mas que efectivamente nos remete para a realidade dos primeiros anos do Estado Novo. Note-se que me refiro à conjuntura económica, não aos paradigmas de censura de então, que apesar de hoje existirem (o dito caciquismo que o Portas de direita falava), é quase indigno ser comparado com a de então, porque, ao menos o ditador com nome de instrumento de cozinha, predicava com o exemplo e não tinha contas em offshores, quanto muito a render juros no Banco de Portugal.
Mas isto das palavras faz-nos rumar por caminhos que nem sempre queremos trilhar e, como estava a tentar delinear o meu pensamento, façamos os esforços de voltar às últimas legislativas. Recordam-se dos intervenientes? Seria o “Regresso ao Futuro1”, aquele em que o Marty Mcfly volta aos 60’s porque os terroristas mataram o Doc, por aqui, talvez tenha sido o Durão a fugir para Bruxelas e a levar consigo a cimeira dos Açores e o Sócrates a voltar ao tempo as maiorias absolutas cavaquistas...
Algum tempo mais tarde, para utilizarmos linguagem cinematográfica, tivemos umas presidenciais em que, em termos de percentagem, mais de 50% dos candidatos são os mesmos de cada cardápio eleitoral dos últimos temos, desde Louçã, Sousa, Portas, sem esquecer os clássicos, que se dizem menosprezados, Garcia Pereira, o tipo do PNR e, não sei se o fadista Pereira quis acabar com a república e ser rei. Não me recordo e não quero ser impreciso com um homem tão coerente não suas ideias e justificações genealógicas de marialva. Eis o “Back to the Future II”!
Passadas umas europeias, caímos nestas novas eleições e para meu espanto, e de todos os portugueses, o país abriu-se à mudança!!! Os partidos aproveitaram estas novas eleições e renovaram-se, apresentando candidatos novos, com novas ideias, uma verdadeira lufada de ar fresco. Não houve os históricos do partido do comité central, não houve o mesmo líder parlamentar e rosto do Bloco, não se candidatou nenhum ex-ministro das finanças, da defesa ou da educação e o PS apresentou um candidato licenciado.
Não é assim? Pena, eis o “Back to the Future III”, num Portugal de western spaguettis de “Bons, maus e vilões”. Logo estamos perante uma política de lugares comuns de comboios, tal como a parte 3 de que vos falo, só que desta vez de alta velocidade, bem depressa para que não se fale demasiado de emprego, educação, igualdade social, desenvolvimento sustentável, combate à corrupção, segurança e esquecimento do interior…
Mas nisto dos lugares comuns, o mundo do cinema também é fértil e em todo o lado tem de haver uns quantos Biff que tinham uma apetência para esbarrar em camiões cheios de estrume… por aqui talvez sejamos uns quantos… Mas numa onda de optimismo, sim eu orgulho-me de ter nascido português e de chocar nesses camiões, sempre se pode utilizar o estrume como adubo intemporal ecológico para mudar esta merda!

O Meu Pé de Laranja Lima

A vida pode mudar num segundo. Creio que ninguém tem dúvidas desse facto mais que empírico. É verdade, com a experiência vamo-nos dando conta que como vias o mundo num passado (quem sabe até recente) estava efectivamente condicionado por tudo o que te havia formado como pessoa, mas com os anos vamos acrescentando uns ladrilhos…

Foi o que me aconteceu. Mais um livro que me marcou nos últimos tempos, apesar de já o conhecer e ter desprezado categoricamente. Trata-se de “O Meu Pé de Laranja Lima”. Acredito que há livros que esperam que tu os encontres, e foi o que aconteceu com este, quando a sua lomba fina alaranjada me chamou de um amontoado de uma estante de segundo plano numa livraria de magotes.

Quando era puto, a Rede Globo fez uma adaptação para uma telenovela, lembro-me muito mal, mas consigo recordar o cabelo loiro esguedelhado de Zezé e da sua árvore falante que na minha infantilidade via como ridícula. Não tinha como entender isso, não tinha tempo para que os meus seis ou sete anos me ensinassem que tinha que deixar de ser criança para poder entender que essa personagem era como muitos meninos por esse mundo fora que, de um dia para o outro, num instante infantil, vêem a sua vida tornar-se forçosamente adulta…

Aqui temos uma obra digna da nossa humanidade, digo isto no sentido de sermos humanos, com todos os defeitos e virtudes que isso acarreta, mas que nos confere um estatutos que, saibamos, mais nenhuma espécie tem. Talvez por isso me tenha identificado tanto com o autor, um homem inquieto e consciente das suas imperfeições, mas, o mais importante, com a capacidade de transmitir que, apesar da vida ser tão puta (é verdade, não é?), às vezes, ainda podemos desfrutar um pouco da sua condição de meretriz e ser feliz com o que se vai tendo…

Isto não é uma ausência, nem uma negação, da ambição, é o reflexo autêntico de muitos para com esses segundos derradeiros que fazem com que os nossos sonhos de infância tenham que ser bem guardados no sótão do passado… Interessante é ver que mesmo quando a meretriz da vida nos sodomiza, ainda há alguém que consegue descer as escadarias, limpar as teias, o pó, e encontrar na sua infância as respostas para um presente.

La Bicicleta Roja

Es evidente que los comics tienen mucho destaque en este blog (las bicis, en especial las de estética antigua, también), y este verano he tenido la suerte de encontrar en las estanterías de una librería muy peculiar, donde me gasté más de lo que debía, un libro de historietas sencillas, casi “zen”, de un cartero, de un pueblo en Corea y de su bicicleta roja, su fiel compañera en un cotidiano simple pero profundo en reflexión. Creo que son cuatro libros de colección, este es el primero y, no cabe duda, que es uno de los mejores cómics de este género desde el último que he leído de Taniguchi. Merece la pena.

"Camino"

Esta foto es de mi amigo Chisco, un viajero en bici que, este verano, ha cruzado las carreteras de Extremadura, Castilla y León y Galicia hacia Santiago. En una mañana peculiar hizo esta foto que nos regaló para los “Senderos”. Ahí tenemos una buena manera de volver al blog, un poquito olvidado en los últimos meses.

Un saludo para todos.