Gira o led, vermelho, alto, picotado, apoiado,
Na parede aparafusado.
E giram olhares ao som de caixa de supermercado.
Apenas um dança.
Dling, dling. Roda.
“Nº 11, dirija-se ao guiché nº3”
Passos cuidados, quase fantasmagóricos, deslizam entre cubículos
abertos ao público e fechados à humanidade. Carimbos, despachos, teclados
ritmados à percursão de cutelos de magarefe.
Pára a valsa.
Começa falsa.
Senta-se e volta a rodopiar no mundo curricular.
“O que é que o Sr. sabe fazer?”
Ler e escrever.
“Desculpe, mas isso não é formação técnica suficiente. Muito
obrigado pela sua presença.”
Circular, ergue-se a humanidade, em esquadria alça-se,
empurrando, rodopiando,
no eixo oleado (a massa, cotão e pó consistente)
da cadeira,
verde
- de costas –
cómoda no desfalecer centrípeto de esperança…
Centrifuga-se, pergunta-se:
“Srª. Técnica, perdoe, destoe, a ignorância minha.
Esclareça-me.
Resolver o primeiro grau de uma equação é
inteligentemente mais útil do que escrever?”
E a valsa, espiriforme, enroscada, enrascada, prossegue.
Falsa farsa.
Dling, dling.
Led. Olhar. Escarlate. Guiché. nº3.
Pisou-se um pé.
(na ausência de argumentos, há a inércia técnica da
resposta)
Atrapalhação no bailar,
Mas a valsa segue,
De par em par.
14/IV/2014
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