sexta-feira, fevereiro 21, 2014

A uma quadrada pedra que apanhei e me acompanha no caminho...

A Pedro L. Cuadrado.
Que nunca quis ser meu mestre,
mas sim meu amigo…
Não há forma mais humilde de mestria.

33 anos nos separam desde o meu berço.
É a única raia, certificada, que entre nós existe.
O nó cego, esse, bem penteado, não se desate,
não desaperte a corda atada a Pedro, minha

pedra, papel, pilar lírico de apontamentos
na margem esquerda do livro, o lembrete,
a lápis que não rejeita um verso, quanto
mais três, a quem quer que por bem vier.  

A mestria da grandeza do infinito é subtil,
e inútil, convenhamos. Adversa à rima,
à métrica, a cartesiana estética do útil

não nos faz advir sem a tétrica do contratempo.
Encurtam-se braços de abraços. Apartam-se pedras
de sendas angulares e, a paisagem, essa, paupérrima.


(Sem que de isso, uma inteira existência, nos tenhamos dado conta. Passa-se e não nos apercebemos que os melhores pilares são feitos de pedra. Granito frio, extraído em Zamora e trabalhado por mães de artesãos salmantinos. A erosão do tempo foi-o levando rumo ao sul… onde, como dizia Gedeão, “me sento e descanso”)

Sem comentários: