segunda-feira, julho 07, 2014

A curiosidade não matou o gato.

A curiosidade não matou o gato.
Isso é uma falsidade feita naturalmente facto
Para que ratos não se misturem contranatura com gatos.

Frase feita farsa
De labor forçado, fechado em cobaia de laboratório,
Ou de holocausto cinza de crematório.
Ou de bibliotecas ateadas pelo fervor inquisitório
Da ideologia dominante do dia.

Curiosidade não mata. Iniquidade sim.

E há labirintos, arames farpados, electrificados,
Que contêm a miséria roedora apenas nos esgotos.
Mas há ironia na fértil demografia andrajosa que rebenta em contenda
Musculada em carne de canhão de ratazana africana ou da China, pelos vistos, comunista.

[Manipula-se o rato na alcatifa em forma maçã de Wall Street
O gato persa de traje europeu, deslembrando o seu perfil egípcio
Ao usar nó inglês no pescoço da gravata].

Alcantarilhas à pinha,
A rebentarem de curiosidade enfática e de condição estática…
“Como é que será ascender a gato?”

A inconveniência chega à costa a bordo de improvisados destroços do asseio felino
Boiando à deriva da vontade de provar queijo manchego, do Loire, ou apenas pão e não
Sobras feita caridade descartada, vomitada em pêlos farta
Pelo gato de morte certa pela oportunidade da curiosidade…

À rataria resta restos e gritaria.
Emigraria com papéis verdes se pudesse
Para onde de curiosidade se morresse.
Ou, já que se é manipulado, que seja em tapete vermelho deslizando
Modernidade de braço dado com um bom teclado.

À falta de indiscreta sorte,
Morre-se de fome e de E-605 forte.

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