Com a mente
aturdida, mas passo-a-passo com o mestre sincronizado, um discípulo assume a
sua confusão.
- Mas,
Mestre está a dizer-me que soltar o nosso ódio resulta benéfico?
Ao qual, o
mesmo respondeu, da forma como estavam habituados a reflectir através do
diálogo, com outra interrogação.
- Pensa
bem, jovem amigo, não é positivo odiar a iniquidade, a discriminação, o egocentrismo,
a altivez e todas essas particularidades que desfiguram o nosso coração?
Continuaram
a caminhar lado a lado, à sombra rasgada pelos raios matinais de sol, e chegam
a uma pequena clareira no bosque de bambu que com eles madrugava. O mestre
contemplou o jovem rosto. Suavemente com uma mão de realidade, mas sem frenesi
de verdade, apoiou-a absoluta e sem peso no ombro esquerdo do dilecto jovem.
- Na
natureza existe, exibe-nos constantemente a sua total repulsa para manter o seu
equilíbrio, para melhorar-se, para desenvolver-se uma e outra vez. Nós somos
natureza, mas ao assumirmos diversos tipos de rejeição, acedemos à nossa
humanidade. Negar o ódio, sim, é negativo. Nega-se assim o que a natureza
partilha livremente connosco. Florescer de cabeça erguida, como agora aqui
estamos, iguais ante o mesmo sol.
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