Tuve mi primera navajita antes de los seis años, me la trajeron diminuta mis abuelos de Fátima, con una virgen de pegatina y con la cadena de mi tío. No me acuerdo de alguna vez haberme hecho daño más allá del casual corte, que también me hace cualquier página lacerante, y jamás atentó contra una vida con su pequeña agudeza. La perdí hace mucho, cuando aún era un niño, pero la sustituí por otras sin las cuales me suelo sentir desnudo e incapaz de lidiar con los más diversos imprevistos del día a día. Pensándolo bien, es para mí el objeto más perfecto e imprescindible (aún más que el libro, el cuaderno - tipo "Moleskine"- o el insuperable bolígrafo Bic...) y, al verlo usado con arte en manos de mis descendientes, me siento tranquilo y digno de una herencia silenciosa que me va ayudando a sobrevivir.
Observo o meu filho mais velho a arranjar uma tomada e vejo como herdou a destreza manual e a motricidade fina dos seus avós. Há anos que uma navalhinha o acompanha e fico contente que seja tão importante no seu estojo como é no meu bolso. Sei que há quem pense que oferecer este objeto a uma criança ou a um adolescente é um estímulo à agressividade, entendo tal opinião, porém acredito que possivelmente estão a confundir essa nobre lâmina com uma utilização vulgar de faca inconsciente, ignorando os seus múltiplos usos (ou a simples lâmina) que são potencialmente menos perigosos do que, por exemplo, um telemóvel.
Recebi a minha primeira navalhinha antes dos seis anos, foi-me trazida diminuta pelos meus avós de Fátima, com uma imagem da virgem de autocolante e com a corrente do meu tio. Não me lembro de alguma vez me ter magoado para além de um corte ocasional, que também me faz qualquer página lacerante, e nunca atentou contra nenhuma uma vida com a sua pequena acutilância. Perdi-a há muito tempo, quando ainda era criança, mas substituí-a por outras sem as quais me sinto normalmente despido e incapaz de lidar com os mais diversos imprevistos do dia-a-dia. Pensando bem, é para mim o objeto mais perfeito e imprescindível (ainda mais do que o livro, o caderno - tipo "Moleskine" - ou a insuperável caneta Bic...) e, ao vê-lo usado com arte nas mãos dos meus descendentes, sinto-me tranquilo e digno de uma herança silenciosa que me vai ajudando a sobreviver.
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