sexta-feira, abril 30, 2010

"Murderball"

Recordo-me bastante bem de ter lido uma crítica deste documentário, há uns anos atrás, na revista Visão. Tinha sido nomeado para o Óscar de Melhor Documentário de 2005 e já fora premiado em Sundance.
Na altura pensei que fosse o típico filme sobre pessoas com necessidades especiais, talvez com o tom do costume que nos faz sentir sentimentos que não são dignos de gente com esta coragem e calibre. Principalmente o sentimento de pena.
Hoje, depois de um dia bastante ocupado, ao final do serão, pude visionar este documentário e fiquei impressionado com a capacidade de superação destes jogadores de Rugby adaptado, atletas de gabarito olímpico, a quem os adeptos do desporto ainda não estão acostumados a reconhecer o devido valor atlético. Para além de superarem os seus handicaps, que os votaram às duas rodas da cadeira, têm de se superar enquanto atletas, treinando ao mais alto nível e degladiado-se com equipas com iguais obejectivos.
Um dos maiores atletas de sempre de "quad rugby" é um descendente de emigrantes portugueses nos EUA. De nome Joe Soares, o seu espírito competitivo e vontade de superação impressionaram-me, tal como a referência que faz aos cidadãos portadores de deficiência em Portugal. Ainda temos muito que aprender e aceitar que estes seres humanos não são diferentes do que apelidados de normal. Têm direitos. Bastantes. Tal como todos nós. E o principal direito é poderem realizar-se como seres humanos, seja de pé ou em cadeira de rodas.

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