Nas últimas semanas temos assistido a um pouco de tudo por esse mundo fora. Uma Europa “à rasca” (termo tão português em todas as acepções da palavra), um Norte de África em revolução e um Extremo Oriente varrido por um Tsunami…
Todos estes acontecimentos parecem justificar a escalada vertiginosa dos preços dos combustíveis que nos fazem crer que é um dado adquirido para quem vive este presente real, que às vezes assume contornos dignos do bom surrealismo. E foi a esse mesmo argumento, à maneira de dado adquirido, que o governo espanhol de José Luis Rodriguez Zapatero se agarrou para introduzir, desde o dia 7 de Março do corrente mês, o limite máximo de 110 quilómetros nas auto-estradas espanholas.

Falar de dependência energética, quer se queira ou não, é banal e apenas serve para demonstrar que a Europa (e o mundo) pouco aprendeu desde a crise do Petróleo de 1973, apesar do vocabulário das energias alternativas e renováveis já ser uma constante no nosso léxico e respectivos dicionários.
Parece-me que esta medida é meramente um “penso rápido” mediático de tal maneira incongruente que nem vale a pena recorrer aos argumentos de que primeiro se deveria fazer cumprir os limites de 120km/h ou reduzir os actuais 100Km/h das estradas nacionais para, quem sabe, 90km/h.
Nem imagino o número de quilómetros que terá o conjunto de infra-estruturas tipo auto-estrada (com e sem portagens) nas quais ter-se-á que proceder à mudança de sinalização do limite máximo. E tendo em conta que Espanha é quase cinco vezes maior que Portugal provavelmente será um número interessante.
Como serão substituídos os sinais? Por inteiro? Ou de maneira prática, recorrendo a um autocolante? Se for em autocolante, e já que provavelmente também será em regime de “outsourcing”, era interessante ver o trabalho adjudicado à Panini que já tem provas dadas em décadas dedicadas ao cromos!
Joaquin Sabina, um célebre “cantautor” e vulto incontornável da cultura pop espanhola, tem uma música cujo título é “Pisa el Acelerador” e quando penso neste tema musical e neste tema tão actual, imagino o artista ao vivo, em plena actuação, a cantar a canção na negativa “No pises el acelerador” para poupar petróleo! Seria um hino económico-ambientalista dedicado à poupança energética à base de crude!
Sem comentários:
Enviar um comentário