sexta-feira, junho 17, 2016

sal da terra

sete irmãs. cinco continentes. um homem. uma pedra de sal no oceano. o economista sucumbido à humanidade objetiva da razão de ser-se humano. o rosto da humanidade obturada, a luz e a sombra do olhar do “Tião”.

o seu pai encontrou a felicidade no dever bem-feito de criar, com comida e roupas, os seus filhos. o exílio roubou-lhe o pai mas deu-lhe um mundo para fotografar.

não apareço na fotografia, apesar de lá ter estado em 2001. tenho quase a certeza do ano mas não tenho a certeza da minha honorífica causa tão invisível ao lado da sua. algo de sal na minha pele deixou, no entanto é bastante mais visível os vestígios, em pixéis, do nitrato de prata em algumas das minhas palavras.  

7/IX/2015

ao Sebastião Salgado

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