Um dos indícios de como a liberdade anda adoentada, e com riscos de a encontrarmos morta aí por qualquer esquina, reside no facto de muitos homens (e mulheres - não se vá interpretar a publicação em termos de "género") livres cada vez mais se autocensurarem. A autocensura é a forma mais eficaz da censura porque não necessita investimentos em recursos humanos, em infraestruturas e logística. As polícias políticas, os tribunais de inquisição, os julgamentos sumários, os Torquemada e os lápis azuis, estão instalados no nosso raciocínio e mandam nos nossos enunciados sobre tudo e mais alguma coisa por esse território difícil de coloniza: o dos neurónios.
No entanto, cá fora a verdadeira liberdade está proscrita, travestida em ignorância (lembrei-me do slogan acéfalo da alcaldesa de Madrid "Socialismo ou liberdade"...)longe de ambientes de discussão, contraste, dialécticas. Adoentada, exilada, vai paliando as suas dores em manchas negras, em locais sem cobertura mediática e sem redes sociais. Já escrevi demais...
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