Tenho lido alguns artigos sobre como é importante estarmos ligados à terra, isto é, de como o homem pouco difere de um aparelho eléctrico com necessidade de tomada à terra, essa que o meu pai me ensinou que deve estar sempre conectada através de um fio de cobre coberto por plástico amarelo e verde. Parece que a modernidade nos tem isolado demasiado desse reequilíbrio de electrões e que as nossas existências aumentaram em comodidades e em inflamações.
Apesar de pouco mais saber de electricidade para além da electrotecnia paterna básica, encontro sentido nestas teorias e penso de novo em Anteu, em como, ostracizado do seu materno solo, nunca deixou de se encontrar no húmus do qual brotou a sua alma de titã.
Sinto-me bem com os pés na terra, sinto que o sentido não merece que o procure, que o busque. O sentido é o ser e a razão é nenhuma porque o todo não é indiferente ao nada.
Não sei se o sentimento trágico da vida também se apoderou da minha ligação à terra, da minha ligação a esta Ibéria, onde o nascer português e o viver espanhol têm determinado um eu bastante convicto de a poesia e de a filosofia não serem suficientes para preencher ânsias que tem em entender o que pensa, em descortinar porque vive, sabendo que não foi talhado para este presente em que existir se resume a dicotomias de optimismo e pessimismo.
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