domingo, dezembro 25, 2022

"The Fabelmans" - Steven Spielberg

25/XII/2022 À parte do que escrevi ontem, ir ao cinema no Natal é outro presente fantástico! E que presente Steven Spielberg nos deu! "The Fabelmans" é uma declaração de amor por todas as artes, principalmente pela sétima! E quem ama a sétima arte, de certeza, que não a imagina sem Spielberg, eu pelo menos não... 
25/XII/2022 Aparte de lo que escribí ayer, ¡ir al cine en Navidad es otro regalo fantástico! ¡Y qué regalo nos ha hecho Steven Spielberg! "The Fabelmans" es una declaración de amor por todas las artes, ¡en especial por la séptima! Y cualquiera que ame el séptimo arte, seguro que no puede imaginarlo sin Spielberg, al menos yo no...

Natal 2022

O Natal pode ser todos os dias e "sempre que um homem quiser", mas, apesar de estar de acordo com o Ary dos Santos, a realidade do calendário é que é só uma vez por ano. Dentro destas circunstâncias, tento vivê-lo da melhor maneira possível, isto é, em união e em intimidade, com a família e com os amigos. Para além desta porta há o melhor dos presentes, o privilégio de podermos estar mais um ano juntos... Feliz Natal!
La Navidad puede ser todos los días y "cuando un hombre quiera", pero, a pesar de estar de acuerdo con Ary dos Santos, la realidad del calendario es que solo ocurre una vez al año. Dentro de estas circunstancias, intento vivirlo de la mejor manera posible, es decir, en unidad e intimidad, con familiares y amigos. Más allá de esta puerta está el mejor de los regalos, el privilegio de poder pasar un año más juntos... ¡Feliz Navidad!

quinta-feira, dezembro 22, 2022

A observar a natureza humana.../Observando la naturaleza humana... (apontamento/apunte)

Entre o altruísmo e a prepotência, os ignóbeis optam sempre pela segunda. É o poder de um pretenso status associado a um ser desprovido de nobreza. 
Entre el altruismo y la arrogancia, los innobles siempre eligen lo segundo. Es el poder de un supuesto estatus asociado a un ser desprovisto de nobleza.

sexta-feira, dezembro 16, 2022

“O passado não é um sonho” – Crónica de Luis Leal in “Mais Alentejo”, nº 162., p.68

    “O passado não é um sonho” – Crónica de Luis Leal in “Mais Alentejo”, nº 162. 

    “Tinha oito anos quando o meu avô me agarrou a mão e não a soltou até que encontrámos os meus pais em Atenas. Quem sabe o que poderia ter acontecido se tivesse ficado na aldeia. Era 1946. Princípio da Primavera de 1946. As amendoeiras floresciam lado a lado e o campo estava no seu esplendor”. Assim começa um dos livros mais autobiográficos de Theodor Kallifatides, porém ainda desconhecido do mercado editorial português que recentemente acolheu “Outra Vida Para Viver” com a chancela da Quetzal. Se de mim dependessem critérios editoriais, começaria por traduzir este “O Passado Não É Um Sonho” do escritor grego exilado na Suécia que decidiu fazer da sua língua de acolhimento, o sueco, a principal para a sua obra até aos últimos anos em que regressou à sua língua amniótica. Desde o primeiro momento em que me cruzei com a sua obra, deleitei-me com uma escrita simples, contudo magistral, a narrar a sua vida desde que abandonou a terra natal até que a ela retornou, volvidas décadas, para o homenagearem já como escritor consagrado. Desta forma acompanhei a sua infância e adolescência numa Grécia governada por regimes autoritários, vi nascer a sua consciência política e de classe, assisti à descoberta da sexualidade e do amor, embarquei para o exílio e admirei a sua surpreendente capacidade para refazer a sua vida laboral e criar uma família, enquanto se afirmava como escritor de ficção, ensaio, autobiografia e do género, agora tão na moda, de autoficção. Cheguei a Kallifatides graças a outro grande (e um dos poucos críticos literários que tenho como referência), o poeta espanhol Álvaro Valverde. A sua leitura tem sido um verdadeiro convite à reflexão e à escrita, e a verdade é que me parece que me penso (e me escrevo) de maneira semelhante (com a devida distância entre a mestria do grego a escrever em sueco e dum português a abdicar do infinitivo pessoal para expressar-se em espanhol). 

    “A Pátria é lá onde a vida não precisa de explicações”. Onde é exactamente esse lugar? Cada um tem as suas próprias coordenadas, como cada um tem o seu próprio destino quando se lembra “em demasia quem é”, pois nunca se atreverá a adentrar-se noutra sociedade e “será sempre um estrangeiro”.  E como é possível ser-se escritor numa língua alheia ao ventre materno? Theodor Kallifatides tem a amabilidade de responder: “Um escritor ora escreve na língua que conhece bem ora na que não conhece, mas escreve. Talvez caminhe com muletas na outra língua, talvez avance de joelhos, talvez se arrastre como um verme, mas escreve, simplesmente porque necessita, porque a sua mensagem é maior do que ele mesmo.”. Não creio que tenha grandes mensagens, tenho grandes necessidades e medos. A literatura não é apenas narrar histórias, não é apenas ideias e mensagens, é o mistério da própria escrita e como ela é sinónimo da nossa condição. Indiferente a idiomas, escrevemos porque somos humanos. “O Passado Não É Um Sonho” é mais do que um livro, é uma declaração de intenções. Alguns podem perguntar, porquê recorrer ao passado para aludir a assuntos preocupantes de um mundo a voltar a investir parte significativa do PIB em armamento? Porque Kallifatides, que foi neto, filho, pai e hoje é avô, teme que o passado já não seja conhecido e ignorância é diferente de esquecimento. 

    Não sei se chegarei a avô, no entanto, ainda antes de conhecer este escritor, sentia não conseguir escrever o que antevejo como uma potencial tragédia: uma criança perder os seus pais. Eis a decisão de Kallifatides ser também a minha e agradeço-lhe por verbalizar esta necessidade impossível de se redigir: "Desta forma, [durante a guerra civil na Grécia, depois da 2ª Guerra Mundial] uma coisa era certa. A maior tragédia para uma criança era perder os seus pais. Talvez tenha sido quando tomei uma decisão que influenciou a minha vida mais do que qualquer outra. Jamais abandones os teus filhos. Nem mesmo morto”. Por isso escrevemos.




Crónica: "O passado não é um sonho" de Luis Leal (in "Mais Alentejo" nº162, p. 68)

    Por que motivo escrevemos? No meu caso, apesar de ao longo do tempo haver tido várias motivações, intuía apenas um porquê. Contudo, ao ler a obra de Theodor Kallifatides, ao sentir minhas as suas palavras, apropriei-me da sua convicção. Se quiserem saber o porquê (a par de conhecer um pouco Kallifatides), leiam a crónica “O passado não é um sonho” publicada na “Mais Alentejo” nº162. Penso que tem motivos dignos de leitura, como tenho motivos para continuar a escrever.

    ¿Por qué motivo escribimos? En mi caso, a pesar de haber tenido varias motivaciones a lo largo del tiempo, intuía solo un por qué. Sin embargo, cuando leí la obra de Theodor Kallifatides, cuando sentí sus palabras como mías, me apropié de su convicción. Si queréis saber el motivo (además de conocer un poco a Kallifatides), leed la crónica “El pasado no es un sueño” publicada en “Mais Alentejo” nº162. Creo que tiene razones dignas de lectura, como tengo razones para seguir escribiendo.
Crónica: "O passado não é um sonho" de Luis Leal (in "Mais Alentejo" nº162, p. 68)





quinta-feira, dezembro 08, 2022

Leio numa velha crítica...

Leio numa velha crítica de Agustina ao cinema de Fellini que a "boa índole" deste "se entretém a envelhecer". É interessante este entretenimento do tempo que passa por nós. Por ela passou e, literatura à parte, esta mulher viu cinema que nunca imaginei que tivesse visto, como "Magnólia" de P.T. Anderson, para quem era um homem de "projetos que ultrapassam as ideias". Que terá pensado dessa personagem de Tom Cruise que apregoava, à gurú de marketing de sexualidade (insegura), "respect the cock and enslave the cunt"?

terça-feira, dezembro 06, 2022

Caminhos de Santiago - Alentejo

Um par de anos antes de 2010, um grupo de eborenses (com apoio da Arquidiocese e de empresas locais - a SOMEFE era uma delas- e de entidades transfronteiriças - a já extinta “Caja de Badajoz” -) teve tudo preparado para erguer, em pleno centro histórico da cidade de Évora e sem gastos para o erário público, um marco alusivo ao Caminho de Santiago. Porém, esta iniciativa, suportada pelo rigor da historiografia e pela toponímia, não passou da boa intenção deste pessoal e foi vetada pelo desinteresse e pela burocracia institucional (um tanto ou quanto altiva, se sou sincero).
No entanto, volvida mais de uma década, foi com agrado que hoje assisti ao colóquio "Caminhos de Santiago - Alentejo" na biblioteca pública de Elvas e, finalmente, o Alentejo está "institucionalmente no Caminho", muito bem assessorado por técnicos de turismo e por gente como os historiadores Paulo Almeida Fernandes ou, aqui pela raia, Rui Jesuíno, entre outros. 
Já as minhas botas, de cabedal e cosedura alentejana, que sempre sentiram o apelo da tradição jacobeia e a necessidade de palmilharem solo ibérico, estão orgulhosas de terem caminhado ao lado desses eborenses a quem ninguém fez caso.

Un par de años antes de 2010, un grupo de personas de eborenses (con el apoyo de la Archidiócesis, empresas locales -SOMEFE era una de ellas- y entidades transfronterizas -la ya extinta “Caja de Badajoz”-) tenían todo preparado para poner, en pleno centro histórico de la ciudad de Évora y sin gasto alguno para las arcas públicas, un hito alusivo al Camino de Santiago. Sin embargo, esta iniciativa, apoyada en el rigor de la historiografía y de la toponimia, no fue más allá de las buenas intenciones de esta gente y fue vetada por el desinterés y por la burocracia institucional (algo altiva, si soy sincero).
Sin embargo, más de una década después, fue un placer asistir hoy al coloquio "Caminhos de Santiago - Alentejo" en la biblioteca pública de Elvas y, finalmente, el Alentejo está "institucionalmente en el Camino", muy bien asesorado por técnicos de turismo y por gente como los historiadores Paulo Almeida Fernandes o, por pagos rayanos, Rui Jesuíno, entre otros.
Mis botas, de cuero y costuras alentejanas, que siempre sintieron el llamamiento de la tradición jacobea y la necesidad de recorrer suelo ibérico, se enorgullecen de haber caminado junto a aquellos eborenses a los que nadie hizo caso.

sexta-feira, dezembro 02, 2022

Puede que no parezca...

Puede que no parezca, pero el mundo laboral no escapa a la ley de vida y, últimamente, quizás más por cuestiones sociales que cronológicas, muchos compañeros míos, amigos y referentes, se están jubilando. Las nuevas generaciones tienen que tomar el relevo y tomar consciencia de que siempre seremos sustituibles, es un hecho, pero también lo es que hay gente dificilísima de sustituir. A pesar de su discreción, mi amigo Antonio Carrasco es uno de ellos. Estos días, en que la nostalgia se funde con la gratitud y la alegría, son complicados de vivir, pues no sabemos lo que sentimos. Quizás sea mejor así... Además teniendo en cuenta que Antonio todavía tiene pendiente llevarme a Estados Unidos para que nos pongamos los dos, a lo Kerouac, "On The Road". 

Pode não parecer, mas o mundo do trabalho não foge à lei da vida e, ultimamente, talvez mais por razões sociais do que cronológicas, muitos dos meus colegas, amigos e referentes, estão a aposentar-se. As novas gerações têm de agarrar o testemunho e saber que sempre seremos substituíveis, é um facto, no entanto, também o é que há pessoas dificílimas de substituir. Apesar de sua discrição, o meu amigo Antonio Carrasco é um deles. Estes dias, em que a nostalgia se funde com a gratidão e a alegria, são complicados de viver, porque não sabemos o que sentimos. Talvez seja melhor assim... Além disso, tendo em conta que o Antonio ainda tem que me levar aos States para nos pormos os dois, à la Kerouac, "On The Road".

quinta-feira, dezembro 01, 2022

Charla de Joaquín Araujo en el IES Rodríguez Moñino (27 de octubre)

"Vivimos sin escenarios, sin reconocer al autor que escribió la obra, y recitando fragmentos a quien no escucha. Tanto mejor ahí afuera con el teatro de la vida, con sus creadores y escuchando el lenguaje que no miente." (desde "El placer de contemplar" de Joaquín Araújo). 
El teatro de la vida me ha permitido actuar, por escasos momentos, al lado de este enorme protagonista, D. Joaquín Araújo. Su lenguaje, el de la Natura (de la ética y de la poesía) no mienten. Un honor escucharlo.