domingo, outubro 04, 2015

GRAMÁTICA DE COENTRO E CAL – Manuel Alegre (in “Alentejo e Ninguém”)

                A Vitorino

Gramática de coentro e cal
Geometria do branco e do verão
solidão como sinal
quase cigarra quase pão
em seu falar como um cantar de amigo.

Aqui acaba o último e o primeiro
e o um procura o outro seu igual
para dizer um nome entre azinheira e trigo.

Este é o chão mais puro e verdadeiro.

E as sombras sentam-se comigo
à sombra de um sobreiro.


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