quinta-feira, abril 24, 2008

Abril rasga-me o peito...

Abril rasga-me o peito e deita-me num ébrio leito de liberdade

Acaricia-me com a suave pele de uma divindade florida cujos braços descobrem a minha saudade. Quero renegá-la. Sinto a sua efemeridade no prazer da possuir…

Recordo-me, então, da esperança de meus pais pelo qual fui contagiado no seio da minha mãe… Numa genética marcada pelo sonho, sem norte magnético, num líquido amniótico de fé em algo que saiu à rua…

Perco-me no meu encontro e encontro-me na minha perdição, na contradição de um código genético, imposto, corrompido pelo capitalismo de barras, taxadas e tatuadas pelo poder…

Mas Abril volta, ano após ano, imerso em lágrimas mil, ou em olhos enxutos pela aridez do pensamento, e, ano após ano, insiste em retalhar-me o espírito semeando o cravo da minha diferença.

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