sábado, dezembro 20, 2008

"Foda-se", por autor desconhecido


Este texto vem a propósito de como o recurso ao "palavrão" pode ser, para além de rude e pouco próprio, verdadeiramente hilariante. Tenho este texto guardado há mais de cinco anos e, para dizer a verdade, não estou seguro que seja da autoria deste autor. Se alguém souber, agradecia que mo dissesse. No entando o autor é brasileiro e o texto está engraçado "comó caralho" escrito em português do Brasil!

O nível de stress de uma pessoa é inversamente proporcional à quantidade de "foda-se!" que ela diz. Existe algo mais libertário do que o conceito do "foda-se!"?
O "foda-se!" aumenta a minha auto-estima, torna-me uma pessoa melhor. Reorganiza as coisas. Liberta-me. "Não quer sair comigo?! Então, foda-se!"."Vai querer mesmo decidir essa merda sozinho(a)?! Então, foda-se!".
O direito ao "foda-se!" deveria estar assegurado na Constituição. Os palavrões não nasceram por acaso. São recursos extremamente válidos e criativos para dotar o nosso vocabulário de expressões que traduzem com a maior fidelidade os nossos mais fortes e genuínos sentimentos. É o povo a fazer a sua língua. Como o Latim Vulgar, será esse Português Vulgar que vingará plenamente um dia.
"Comó caralho", por exemplo. Que expressão traduz melhor a ideia de muita quantidade que "comó caralho"? "Comó caralho" tende para o infinito, é quase uma expressão matemática. A Via Láctea tem estrelas comó caralho, o Sol é quente comó caralho, o universo é antigo comó caralho, eu gosto de cerveja comó caralho, entendes?
No género do "comó caralho", mas, no caso, expressando a mais absoluta negação, está o famoso "nem que te fodas!". Nem o "Não, não e não!" e tampouco o nada eficaz e já sem nenhuma credibilidade "Não, nem pensar!" o substituem. O "nem que te fodas!" é irretorquível e liquida o assunto. Liberta-te, com a consciência tranquila, para outras actividades de maior interesse na tua vida.
Aquele filho pintelho de 17 anos atormenta-te pedindo o carro para ir surfar na praia? Não percas tempo nem paciência. Solta logo um definitivo "Jorginho, presta atenção, filho querido, nem que te fodas!". O impertinente aprende logo a lição e vai para o Centro Comercial encontrar-se com os amigos, sem qualquer problema, e tu fechas os olhos e voltas a curtir o CD (...)
Há outros palavrões igualmente clássicos. Pense na sonoridade de um "Puta que pariu!", ou seu correlativo "Pu-ta-que-o-pa-riu!", falado assim,cadenciadamente, sílaba por sílaba. Diante de uma notícia irritante, qualquer "puta-que-o-pariu!", dito assim, põe-te outra vez nos eixos.
Os teus neurónios têm o devido tempo e clima para se reorganizarem e encontrarem a atitude que te permitirá dar um merecido troco ou livrares-te de maiores dores de cabeça.
E o que dizer do nosso famoso "vai levar no cu!"? E a sua maravilhosa e reforçadora derivação "vai levar no olho do cu!"? Já imaginaste o bem que alguém faz a si próprio e aos seus quando, passado o limite do suportável, se dirige ao canalha de seu interlocutor e solta: "Chega! Vai levar no olho do teu cu!"? Pronto, tu retomaste as rédeas da tua vida, a tua auto-estima. Desabotoas a camisa e sais à rua, vento batendo na face, olhar firme, cabeça erguida, um delicioso sorriso de vitória e renovado amor-íntimo nos lábios.
E seria tremendamente injusto não registar aqui a expressão de maior poder de definição do Português Vulgar: "Fodeu-se!". E a sua derivação, mais avassaladora ainda: "Já se fodeu!".
Conheces definição mais exacta, pungente e arrasadora para uma situação que atingiu o grau máximo imaginável de ameaçadora complicação? Expressão, inclusivé, que uma vez proferida insere o seu autor num providencial contexto interior de alerta e auto-defesa. Algo assim como quando estás a conduzir bêbedo, sem documentos do carro, sem carta de condução e ouves uma sirene de polícia atrás de ti a mandar-te parar. O que dizes? "Já me fodi!"
Liberdade, igualdade, fraternidade e foda-se!

Autor Desconhecido

4 comentários:

Djegovsky disse...

Este texto NÃO É do Millor.
Por favor não dissemine desinformação e faça as devidas correções.
abç

Luis Leal disse...

Não sei se o caríssimo Djegovsky leu o post na totalidade, por isso remeto-o para "não estou seguro que seja da autoria deste autor. Se alguém souber, agradecia que mo dissesse".
Logo isso de disseminar desinformação é relativo e correcções serão feitas quando souber, de uma forma mais evidente que o mero comentário, quem é o autor deste texto.
Por isso, caríssimo amigo faça as sugestões que quiser, ouvi-las-ei com atenção, mas veja a forma como as comenta, não gostei do tom "dissemine informação".

Djegovsky disse...

Sim, eu li o seu "não estou seguro". Por isso mesmo que é bastante incoerente colocar a autoria. Se não sabe, então que coloque sem o nome do autor, simples assim, caso contrário, é desinformação.
Minha pesquisa indica que o texto é de Pedro Ivo Resende, mas "não estou seguro". Podemos não ter certeza da autoria, mas agora sabe de quem NÃO É. Aliás, o próprio Millor leu o texto e disse o seguinte a respeito dele:
"Aos vários leitores que devem ter lido na Internet um artigo sobre palavrões, atribuído a mim, declaro, veementemente, que o artigo não é meu. É um artigo vulgar, com argumentação falha, sem nenhum conhecimento lingüístico. E com humor mais que discutível. Fico triste por alguém achar que isso possa ter sido escrito por mim."

Bom, você deve conhecer aquele ditado sobre "persistir no erro"...

Mudando de assunto..porque mesmo colocar um verificador de palavras nos comentários?

um abraço pra você também

Luis Leal disse...

Caro Djegovky, agora já um comentário baseado em argumentos que posso ter em conta para alterar o "post". Não é que me tenha que justificar, mas o texto está assinado como andava a circular na net, por isso a minha introdução ao mesmo e o itálico, logo não o vi como uma incoerência, no entanto, admito, é discutível.
Por acaso não conheço nenhum dos autores em questão, logo não me preocupou essa filtragem de informação, pensei que estivesse claro no parágrafo introdutório. Agradeço a sua correcção, apesar de não gostar, uma vez mais, do tom como a faz. Não o conheço, você também não me conhece, e pelos vistos ambos conhecemos do "persistir no erro".
Devo dizer-lhe que vou fazer o que me sugeriu, creio que está correcto, mas também lhe digo que há maneiras mais adequadas de fazer sugestões e comentários.
E já que estamos numa de ditados, remeto-o para outro que, de certeza que conhece, "quem não se sente, não é filho de boa gente".
Quanto ao outro assunto, os verificadores de palavras servem para evitar os comentários feitos por máquinas, isto é, aquele "spam" inconveniente que, às vezes, enche os comentários e as nossas caixas de correio electrónico. Espero que o tenha esclarecido o melhor possível quanto ao seu uso.
Os melhores cumprimentos.