Fotografia de Annette Konnings
CENTAURA
A moça de bicicleta
parece estar correndo
sobre um chão de nuvens.
A mecânica ardilosa
dos pedais multiplica
suas pernas de bronze.
O guidão lhe reúne
num só gesto redondo
quatro braços.
O selim trava com ela
um íntimo diálogo
de côncavos e convexos.
Em revide aos dois seios
em riste, o vento desfaz
os cabelos da moça
numa esteira de barco
– um barco chamado
Desejo onde, passageiros
de impossível viagem,
vão todos os olhos
das ruas por que passa.
José Paulo Paes
(Taquaritinga, São Paulo, 1926 – São Paulo, 1998)
A moça de bicicleta
parece estar correndo
sobre um chão de nuvens.
A mecânica ardilosa
dos pedais multiplica
suas pernas de bronze.
O guidão lhe reúne
num só gesto redondo
quatro braços.
O selim trava com ela
um íntimo diálogo
de côncavos e convexos.
Em revide aos dois seios
em riste, o vento desfaz
os cabelos da moça
numa esteira de barco
– um barco chamado
Desejo onde, passageiros
de impossível viagem,
vão todos os olhos
das ruas por que passa.
José Paulo Paes
(Taquaritinga, São Paulo, 1926 – São Paulo, 1998)
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