Fomos ao supermercado a pé, como gostaríamos de fazer mais vezes. De casa até lá não é longe e é bom esticar as pernas à sombra dos loendros.
A caminho temos de atravessar uma estrada que leva a uma localidade conhecida e contam-se três passadeiras até à superfície comercial. É normal esperarmos pelo verde para atravessarmos tranquilamente (falho muito, atravesso por vezes com o vermelho, assumo o erro, mas tento dar o exemplo correcto aos meus filhos).
Os sete anos do mais velho levam-no a observar e a questionar tudo. É um puto curioso e isso faz de mim um pai orgulhoso. Pergunta-me então por que motivo o semáforo verde para os peões dura muitíssimo menos tempo do que o verde para a rodovia.
Fui rápido e honesto na minha resposta. Não pensei que o garoto tivesse apenas na segunda classe e que talvez não tivesse experiência de vida a ampará-lo. Disse-lhe que vivemos numa sociedade que privilegia o carro, e o espaço que o mesmo ocupa, ao invés de privilegiar o ser humano que vai pagar cada vez mais caro a sua taxa de ocupação no planeta Terra. A pé, com o saco das compras dentro do bolso lateral dos calções, tenho a certeza que me entendeu...
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