Desde o dia 25 de Novembro, do passado ano, que sabia que a semente já germinara, mas, até hoje à tarde, os meus olhos não a puderam contemplar, nem as minhas mãos a tocar.
La semilla en la nieve de Ángel Campos Pámpano foi traduzida, em 2014, para os confins dum qualquer arquivo de computador. Fi-lo no silêncio de uma biblioteca, aproveitando as palavras de Ángel Campos para, na nítida presença da sua mãe, Paula Pámpano, fechar uma brecha que também se abrira na parede do meu quintal e para a qual não tinha tido coragem de passar tinta.
Felizmente, a Editora Regional de Extremadura, e a família do poeta, confiou que o uso da minha língua materna não usurparia dignidade à obra. Agradeço a confiança, na esperança de A semente na neve chegar, como merece, aos leitores de poesia em português.
O prefácio de Nuno Júdice é uma justa homenagem, de um dos grandes da literatura portuguesa, a esta elegia do poeta sanvicenteño. Eu figuro por casualidade, ou por necessidade, de, em Ángel Campos, traduzir a ausência de alguém.
Será atrevimento dedicar uma tradução? Talvez. Porém, esta semente também está dedicada a Helena Gomes, em sua memória.
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