quinta-feira, setembro 30, 2010

Caminhos (I)


São várias as motivações que podem levar alguém a fazer os caminhos de S. Tiago, contudo, penso que serão poucas as pessoas que os realizam por apenas um motivo, estanque e imutável.
Pessoalmente, para mim, era uma ambição antiga, fundada em diversos motivos, vertentes, que se complementam entre si e que proporcionam uma experiencia única e emotiva.
Uma das experiencias que os caminhos proporcionam está relacionada com a vertente turística/ cultural.

Esta vertente ficou vincada na minha memória, pelas paisagens deslumbrantes, pelas vilas, aldeias e pessoas. Curiosamente, a mais marcante foi constatar que o nosso país está à venda, por um preço baixo, acessível – por casas e terrenos de grandes dimensões – mas que pecam pela sua localização: O INTERIOR!
A nossa herança cultural está à venda, ao desbarato, com todas as implicações que acarreta; as casas simples do povo, ou mesmo casas senhoriais com impacto histórico.
Neste aspecto só penso que o interior do nosso país se vende, está disponível para quem estiver interressado.
Vende-se PORTUGAL, interior, perto de Espanha, com terreno anexo, furo e oliveiras – Bom preço!!
Respondem os portugueses – com as condições actuais, nem dado!
E como fica o nosso património histórico e cultural?

3 comentários:

Anónimo disse...

É verdade! Como pudemos constatar na 1ªpessoa essa realidade! Com uns escassos 3000€ lá se pode comprar uma casa de pedra e ainda meio héctar de pinhal...
É o interior que paga portagem, mas mantém o estatuto de SCUT (sem custos para o utilizador!!!), que vê a sua economia degradar-se às maos de uns 23% de iva...
Fala-se de novos partidos, um dedicado ao norte do país, se calhar tinha mais sentido um PI (Partido do Interior), que, na ironia desta política de pacotilha, sempre chamaria à atençao para a estranheza desse conceito... interior!
Um abraço,
LLP

Pedro L. Cuadrado disse...

Mete dó essa fotografia. É realmente triste tudo o que contas na mensagem, Luís; e, se calhar, o mais triste é que parece não haver uma solução. Ou sou muito pessimista?

Luis Leal disse...

Espero que as coisas mudem porque as cidades não aguentarão o fluxo de população que para lá se dirige... mas é uma triste realidade. Quando mudará?
Este post é do Gonçalo Mendes, não é meu, apesar de poder fazer das suas palavras minhas!
Aquele abraço!