sábado, julho 27, 2019

«Do I contradict myself?»

«Do I contradict myself? Do I contradict myself? Very well then I contradict myself, I am large, I contain multitudes.» Eis a imagem que tenho da poética de Walt Whitman. Pessoa encontrou no nova-iorquino uma irmandade que se desdobrou em heteronímia e que marcou a modernidade. Olho-os e o espectro é imenso, genial, brilhante. Porém, a minha visão do mundo cada vez mais sofre com o excesso de luz, tem dificuldade em focar-se em tantas imagens, em tantos pontos de merecida atenção. 
Ser tudo e toda a gente, ser ou conter multidões já não é para mim (se é que alguma vez o foi e hoje o posso contradizer).
Estar entre magotes de gente leva-me à perdição do eu. Ser uma multidão é a minha impossibilidade de ser sequer uma tentativa de encontrar um qualquer eu.

Sem comentários: