"Em Silêncio" - Thomas Merton (1915-1968)
Não te
mexas,
ouve as
pedras do muro.
Fica em
silêncio, estão
a dizer o
teu
nome.
Ouve
a vida dos
muros.
Quem és
tu?
Quem
és? De
quem
és
silêncio?
Quem (não
fales)
és tu (tal
como não falam
estas
pedras). Não
penses no
que és,
menos ainda
no que algum dia pudesses ser.
Em vez
disso,
sê o que
és (mas quem?), sê
o
impensável
que não
conheces.
Ah,
cultiva a quietude, enquanto
ainda
estás vivo,
e vivem
todas as coisas ao teu redor,
falando-lhe
(não as oiço)
ao teu
próprio ser,
falando
pela boca do Desconhecido
que está
em ti e nas próprias coisas.
“Serei,
como elas,
o meu
próprio silêncio:
e em
verdade isso é difícil. O mundo
inteiro
está secretamente em chamas. As pedras
ardem,
inclusive as pedras
me abrasam.
Como pode um homem
permanecer calmo
a ouvir
todas as coisas a arder? Como se pode
atrever a
sentar-se
ao seu lado, quando
todo o seu
silêncio
é fogo?”.
(Versão de Luis Leal)
Thomas Merton (1915-1968) |
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