Jorge Sampaio faleceu e Portugal despediu-se do seu antigo Presidente da República. Recordo bem os seus dois mandatos, lembro-me bem de alguns desafios que a sociedade trouxe à sua figura de estadista (com poderes bastante limitados, como se sabe) e do seu exemplo como ser humano. Muita gente hoje o salienta e eu apenas iria constatar o óbvio. Porém, aflige-me o fim de tantos homens bons (aqui incluo o femenino, obviamente - não me vão para aí acusar de machismo -) e, apesar do reconhecimento póstumo da sua bondade, outros homens bons não me parecem ter o destaque e o relevo que deveriam de ter numa sociedade necessitada de bondade. Ser bom ser humano não é visto como a melhor qualidade para se sobreviver, não é uma competência para a competitividade, é mesmo, para muitos, uma fraqueza.
Estes bons que nos têm abandonado têm um legado a preservar. Aí está a sua força, a sua grandeza, por mais que a queiram remeter para territórios de debilidade.
Acredito na bondade, na generosidade, e, pelos nossos filhos, não posso abdicar dessa atitude vital mesmo em tempos como estes. Não é uma fraqueza, não é coisa de lamechas, a bondade de homens como o meu velho presidente (e o meu velho mestre Ferreira Patrício, também nestes dias falecido) têm de continuar em muitos de nós. Lembro-me frequentemente disto, principalmente quando o cinismo me aborda, e peço a Deus, e aos que me precederam e ainda acompanham, para alimentar qualquer coisa de bom que em mim exista...
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