Dedicatória da tradução:
A José Antonio Santiago
Ele conhece o desejo que ocultam as palavras
entre tantas palavras que imitam a alegria.
Ele conhece o desejo, o gesto desajeitado, o que delata
o pudor dissimulado de alguns nomes.
Ele conhece o desejo da imagem completa,
a vertigem da água, o que tende a perder-se.
Ele conhece o desejo, a fundura da voz
que não acerta a referir a ferida.
Ele conhece o esquecimento, essa rosa de ninguém,
e o ritmo submerso do hálito
que aflora no vidro.
(Paul Celan)
(Trad. Luis Leal)
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