polémica na imprensa que já nem se distingue das redes sociais. haverá diferenças mas são cada vez mais esbatidas e merecedoras de análise. não tenho nem tempo nem paciência para isso. ontem, ou anteontem, a alexandra lucas coelho, jornalista e escritora, publicou um texto sobre o facto de, em portugal, há vários anos não existir apoios à criação literária. subsídios, bolsas, o que quer que seja que apoiem esta actividade (ou necessidade) da escrita.
devo dizer que entendo e concordo plenamente com os seus argumentos claros e assertivos, com críticas à sua pessoa nada justas com o que escreveu, mais em tom de reflexão que de imposição.
quantos de nós não gostaríamos de poder contar com um subsídio para escrever. vem-me logo à cabeça um título para um poema: "poesia subsidiada". nem os blocos e folhas soltas onde escrevemos têm apoio estatal, quantos de nós não o necessitariam e poder-se-iam rabiscar as obras emblemáticas da nossa língua no futuro.
li e concordei com a alexandra. até foi alvo de debate de ideias cá em casa. dei razão a todos.
o meu coração é que não é capaz de acreditar numa literatura equiparada a assessores políticos, como li comparada pertinentemente num comentário qualquer. a literatura não pode ser comparada com esse compadrio que prima pela inutilidade. se a literatura também tem esse lado de inutilidade, deixá-la assim. que seja o compromisso e a necessidade a subsidiá-la.
oiço muito o meu coração, dialogo com ele, mas quase nunca lhe faço caso.
principalmente hoje que tenho tantos rascunhos por aqui que um qualquer subsídio poderiam ajudar a converter em textos um bocadinho melhores do que não são.
depois de amanhã, volto ao trabalho onde vou arranjando os meus subsídios para comer e para escrever.
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