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Penso que neste momento
talvez ninguém no universo pense
em mim,
que só eu me penso,
e se agora morresse,
ninguém, nem eu, me pensaria.
E aqui começa o abismo,
como quando adormeço.
Sou o meu próprio apoio e retiro-o.
Contribuo a tapizar a ausência de tudo.
Talvez seja por isto
que pensar num homem
se parece a salvá-lo.
Roberto Juarroz (1925-1995, trad. Luis Leal)
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