Acabo de ler, escrito por um reconhecido autor português, que "ninguém, salvo raras excepções, antes dos cinquenta é um escritor sério", ou "a sério", não sei precisar e não me apetece reler o post.
Desconheço as suas excepções, mas imagino que pensará o mesmo para outras manifestações artísticas ou, até mesmo, para actividades profissionais.
Os anos vão passando e sinto que a idade não é um posto. Mesmo para as raras excepções.
Reconheço-lhe razão na necessidade de ter "biografia", até mesmo tempo (o Umberto Eco afirmava que só se dedicou mais à escrita quando os seus filhos já não lhe exigiam tanta atenção), anos de leitura, mas reconheço-lhe no tom, espero enganar-me, uma arrogância com a qual não me quero reconhecer. Ser escritor e ter espírito de crítico literário deve ser uma tarefa árdua, fodido mesmo. Quando é que se é qual?
Há beleza na ingenuidade. Há arte ingénua, "naif" não é? Há uma esperança na juventude que ainda não escreveu o suficiente para ter estilo ou, quando se escreve muito, para se copiar a ela própria.
Vou-me deitar a sentir-me mais velho e a deleitar-me com a escrita da juventude. Séria ou pouco séria, o que é que seria do futuro sem maçaricos ridículos a darem os primeiros passos e das mentes geriátricas que não se apercebem que estão a cair no ridículo?
sábado, julho 09, 2016
A propósito dum post dum reconhecido escritor português
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