Findou o dia de Reis. Passámo-lo em Évora com os meus pais. Não sei se já alguma vez o escrevi, mas só me apeteceu abraçar a cidade. Abraçar cada recanto, apertar contra o peito, envolver-me nos braços de quem me criou.
Em Évora só me apetece falar mesmo sem fazê-lo. Desabafar a minha insegurança, libertar tudo o que trago oprimido pelo tempo, agarrar-me a essa pequena medida de paz da minha meninice feliz num bairro cada vez mais longinquo.
Preciso desta cidade, deste toque humano, preciso de adormecer nela e ir lá a cima a pé e voltar ao bairro carregado de luz e histórias. Acordo nela, mas não sei se em mim...
Digo tantas vezes «filho, foi aqui que nasci». Chamam-lhe «cidade museu». Ele parece entender o que é nascer, viveu o nascimento do irmão, mas não entende o que é nascer ali. Não tem porque entender.
Voltámos a casa. Voltámos a ser em espanhol, a sentir o abraço da sua mamã, que nos esperava como rainha no meio dos seus principezinhos.
O meu corpo já não tem uma só morada, uma única cidade, porém a alma é de Évora...
sábado, janeiro 07, 2017
Dia de Reis (06/I/2017)
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