É época de Natal e fazem-se presépios por este Portugal fora. O musgo, como já por aqui divaguei antes, é um elemento típico desta decoração natalícia e acredito que, em plena Lisboa, não seja fácil encontrar locais virados a norte (para o Porto caso não se dominem pontos cardeais) onde abunde musgo para tantos presépios. O que não estava à espera era encontrar vasinhos de musgo a cinco euros num mercado da capital. Seria musgo do bom certamente, pois figurava entre vários produtos biológicos e o vaso era redondo e verdinho. Por instantes, pensei num possível nicho de mercado, nas grandes quantidades de pedras musguentas que temos espalhadas pela «aCourela». Depressa se desvaneceu o espírito empreendedor. Olhei para aquele musgo e vi-o já a secar, longe da paisagem propícia ao seu manto tão verdejante como humilde. Vi-o como eu. Um provinciano que entende a grande cidade à distância da possibilidade de ter um pé no asfalto e outro na terra. Tive mesmo para comprar um vasinho e transplantá-lo para terras raianas. No entanto, cinco euros são cinco euros e, por mais que eu empatize com um musgo desenraizado e triste, preferi gastá-los num alfarrabista... Não é todos os dias que abandono a paisagem e venho a Portugal, perdão a Lisboa, ser turista!
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