sexta-feira, janeiro 21, 2022

Quando os ismos se agigantam na sociedade e se atrincheiram em bandos, o homem bom é incapaz de se sujeitar a tal violência...

Quando os ismos se agigantam na sociedade e se atrincheiram em bandos, o homem bom é incapaz de se sujeitar a tal violência. A independência de espírito não costuma empunhar armas porque ela própria é uma arma de lucidez, ameaçadora por si só, quer para o que a empunha, quer para o que a não tem.
Assusta-me o vociferar de alguns políticos que se acusam com ideologias e não com ideias, com reflexões. A sua agressividade é tão perigosa quanto vazia e sinto que já não tenho paciência para isto. Os que se sentem como eu já abdicaram dos dois gumes da lucidez. Não são recrutáveis, nem formarão filas. Vão-se mantendo de pé, tentando honrar a dignidade dos pais no exemplo para com os filhos, porém, há muito que se encontram longe, exilados no seu interior. "A grande renuncia" de que tanto se fala no âmbito laboral americano, com alguna ecos "worldwide", é apenas um exemplo paralelo do exílio interior e é o somatório sintomático de tantas coisas (desigualdades, problemas ambientais, sociedade de consumo, relativismo tóxico - isto é, elevado a dogma - crise de valores, da democracia, projectos de tiranos, pandemia, etc, etc,) que estão na base de uma crise existencial à escala global, mas peculiar, diferente de Sartre e de Camus, pois esta propaga-se também por vía digital.


Sem comentários: