"Sou especialista da curiosidade não especializada" Agostinho da Silva
Enquanto a
infância brincar, o mundo, por mais adverso e duro, avançará. A cegueira das
trevas de deuses impostos ou os ateísmos déspotas do espírito não conseguem
esconder o botão lúdico que cada um tem no seu íntimo.
A curiosidade tem-me ensinado
tantas coisas. Livros, filmes, portas, locais, afecto, amizades... Essa
curiosidade que não mata gatos, que por vezes gera alguma inquietude, é parte
do que fui e vou sendo. Estou convencido que a curiosidade nunca se extinguirá.
Pode ser que se acomode moldada à imediatez da técnica, na rapidez adversa à
reflexão paciente ou nos seres forçados a ser adultos.
A curiosidade, aliada à
teimosia herdada, talvez mais por genética do que por outra qualquer
circunstância, mantém a minha esperança e equilibra algo de artista,
profissional para poder aceder ao pão, homem e pai. Curiosamente, hoje, esse
balanço de ser afigura-se-me mais difícil do que normalmente costuma ser.
Agarro-me à curiosidade do
cansaço. Terei sempre coragem para o funambulismo que a vida me trouxe como
condição?
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