quinta-feira, março 10, 2016

Que Torga acompanhe Marcelo na sua mesa de cabeceira. Não encontrará melhor Conselheiro de Estado.

Em Portugal tomou posse um novo presidente da república. O que cessou funções esteve envolvido em tantas polémicas que faltar ao funeral do Nobel da literatura do seu país é um mal menor (e o autor finado talvez lhe esteja grato pela ausência).
O novo, no qual eu não votei, surpreende-me ao citar o mestre Miguel Torga no discurso inaugural. Citar é fácil. Faço-o com a frequência da ocasião e dos limites da minha memória. Remete-nos para a sabedoria, para erudição (tantas vezes fingida), algo que não se associa aos políticos deste presente. No entanto, fico contente por esta referência a quem tanto aprecio. Não me recordo do discurso de investidura de há cinco ou dez anos. De certeza que não ficou para a história. Para a minha não ficou. Da economia, dos mercados, esses substantivos insubstanciais tão oportunos das austeridades selectivas, deve ter ficado.
Que Miguel Torga acompanhe este presidente na sua mesa de cabeceira durante o seu mandato. Não encontrará melhor Conselheiro de Estado.

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