Em
Portugal tomou posse um novo presidente da república. O que cessou
funções esteve envolvido em tantas polémicas que faltar ao funeral
do Nobel da literatura do seu país é um mal menor (e o autor finado
talvez lhe esteja grato pela ausência).
O
novo, no qual eu não votei, surpreende-me ao citar o mestre Miguel
Torga no discurso inaugural. Citar é fácil. Faço-o com a
frequência da ocasião e dos limites da minha memória. Remete-nos
para a sabedoria, para erudição (tantas vezes fingida), algo que
não se associa aos políticos deste presente. No entanto, fico
contente por esta referência a quem tanto aprecio. Não me recordo
do discurso de investidura de há cinco ou dez anos. De certeza que
não ficou para a história. Para a minha não ficou. Da economia,
dos mercados, esses substantivos insubstanciais tão oportunos das
austeridades selectivas, deve ter ficado.
Que Miguel Torga acompanhe este presidente na sua mesa de cabeceira durante o seu mandato. Não
encontrará melhor Conselheiro de Estado.
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