Ontem estive com o amigo Zé Carlos na Universidade de Évora
a falarmos sobre o que profissionalmente a vida nos tem possibilitado fazer. De
volta a casa, não pude deixar que a profunda gratidão sentida por todos os que
nos convidaram (e assistiram ao acto) fosse invadida por a certeza de não me sentir
nenhum exemplo. Não consegui responder à pergunta que o Zé lançou ao pessoal e
com a qual acabámos por brincar: “Como te vês dentro de 10 anos?”.
Pensado bem, gostaria de me ver consciente. Consciente da
vida não ser uma grande empresa e, caso o seja, de que há que gratificar
muitíssima mais gente, principalmente aquelas pessoas cujas circunstâncias
empurram para uma desmerecida invisibilidade.
Possibilitar aos jovens e adultos, de todos os estratos
sociais e procedências geográficas, estudos superiores é lutar contra essa
invisibilidade forçada tão inimiga da democracia.
Obrigado Universidade de Évora. Desculpem, mas se sou
exemplo de alguma coisa, é de muitíssimas dúvidas e pouquíssimas certezas...
Ayer estuve
con mi amigo Zé Carlos en la Universidad de Évora hablando sobre lo que profesionalmente
la vida nos ha posibilitado hacer. De vuelta a casa, no pude impedir que la
profunda gratitud hacia todos los que nos invitaron (y asistieron al acto)
fuese invadida por la certeza de que no me siento ninguno ejemplo. No conseguí
contestar a la pregunta que Zé lanzó a la gente y con la cual acabamos bromeando:
“¿Cómo te ves dentro de 10 años?”.
Pensándolo
bien, me gustaría verme consciente. Consciente de que la vida no es una gran
empresa y, si lo es, de que hay que gratificar muchísima más gente, principalmente
aquellas personas cuyas circunstancias empujan a una desmerecida invisibilidad.
Posibilitar
que jóvenes y adultos, de todos los estratos sociales y procedencias geográficas,
puedan cursar estudios superiores es una manera de luchar en contra de esa invisibilidad
forzada tan enemiga de la democracia.
Gracias
Universidad de Évora. Perdón, pero si soy ejemplo de algo, es de muchísimas
dudas y poquísimas certezas…
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