quinta-feira, janeiro 22, 2009

Em tempos de crise, onde é mais fácil cortar? Infelizmente, na cultura.

Esta imagem, da rede, de autor desconhecido para mim, fez-me pensar que o estado, seja ele em que país for, tem uma obrigação para com os seus cidadãos, isto é, em tempos de crise o povo não tem de retroceder culturalmente, quer ao nível das actividades, quer das infraestruturas.
Ao meu redor há imensa gente que, por inerência das circunstâncias (não somente da crise que tanto serve de bode expiatório), se encontra parado profissionalmente, estagnado, sem perspectivas de emprego. Hoje, conversando com uns amigos que estão nessa situação e a quem os meios já começam a escassear, deparei-me com a importância que têm as bibliotecas e mediatecas locais. Não apenas na consulta gratuita do jornal, dos diários da república (ou o "doe" aqui na Extremadura), do seu correio de internet, como também para a requisição de livros, filmes e música.
Todos sabemos que quem quer trabalhar e se vê impedido de ganhar o seu honesto sustento, por vezes se encontra desanimado, pessimista, com bastante dificuldade de vislumbrar um raio de sol num céu encoberto. É aí que este contacto cultural, humano também, com quem frequenta estes locais, a tranquilidade que se respira e o silêncio que aí encontramos, pode ajudar nestes casos complexos.
Claro está que não é suficiente, e que a grande maioria dos jovens já nem está acostumada a este tipo de locais e a este tipo de busca de conhecimento, cabe-nos incentivar e aos governos promover. As associações, nesta área também têm uma palavra importante a dizer, possibilitando aos seus sócios um espaço que colmate esta lacuna.
De facto é uma coisa simples, poucos já se lembram, mas em tempos de vacas magras, não temos porquê tornarmo-nos mais incultos. Há uma frase do filme "Good Will Hunting", de Gus Van Sant, que sempre recordo (é, mais ou menos, assim): - Porque hei-de pagar para estudar em Harvard? Eu sei o que tu sabes por um dólar na biblioteca municipal...

1 comentário:

Anónimo disse...

Podemos estar mais pobres monetariamente, mas, só para lixar a banca e esses políticos que lhes dão o nosso dinheiro, recusemo-nos a ficar pobres de espírito!