quinta-feira, janeiro 01, 2009

Hoje é o 1º dia do resto de 2009

Os anos passam e o ritual de passagem em pouco muda. 2008 acabou, no calendário, nas datas dos jornais, mas os temas continuam os mesmos: a crise. Já há quem comece a duvidar se algum dia sairemos desta eterna crise, deste oportunismo temático que sempre prefere o trágico ao optimismo que pode fazer a mudança. Parece o discurso do ingénuo, do "verde", do "passarinho", mas quando se vê que tudo está na mesma, que os poderosos continuam a nadar impunemente na miséria de quem sustenta as economias reais, e, tal teoria da conspiração, interessa o aflitivo aperto do léxico "crise", seja económica, de valores, dos "40", ou de pedras nos rins, para que todos estejamos imersos num negativismo castrador e de "bem" para que lhes interessa. Li os jornais, vi os noticiários e o que se dizia há uma semana, um mês, ou mesmo há mais tempo, não mudou muito. Temos sim mais miséria, mais miséria feita notícia, mais miséria de espírito de quem nos governa, mais miséria de oposição, mais miséria de informação e de sensacionalismo... tudo miséria descaradamente tonta e, como um amigo meu diz, "bem-feita cada um tem o que merece." E pelos vistos todos merecemos...
Será que a crise também tem um código deontológico (já que não toca a todos)? Eu acho que deve ter, a classe jornalística abdicou dela, e nós podemos adequá-la à crise. E para variar, a crise fez com que este ano não comêssemos as 12 passas, mas sim 11, a ver se o ano acaba mais depressa...

Enfim, a passagem de ano é como um aniversário após os 25 anos, todos nos pomos a filosofar acerca do sentido da vida que, segundo o Gato Fedorento, termina como uma “espécie de cocó”… Senhores dos média em vez de crise, e coisas do género, digam mas é que 2009 vai ser uma “espécie de cocó”.

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