"Demoramos muito tempo em sair da aldeia, da vida controlado por todos, para agora aceitarmos que na “aldeia global” o mesmo se possa fazer. Nos últimos duzentos anos na nossa civilização, e falo deliberadamente em civilização, fomos criando o valor e as condições da privacidade. Os quadros de Vermeer mostram o início dessa domesticidade “burguesa”, acessível a muito poucos, mas que tem vindo a evoluir quando as pessoas podem ter casas com espaço para não viveram quatro ou oito no mesmo quarto, têm cortinas nas janelas, e podem ter direito a um espaço de intimidade e de privacidade. Infelizmente para todos nós caminhamos para uma cultura de exposição e indiferença face ao valor da privacidade, impulsionada pelas redes sociais, pelas empresas de comunicações, pelo jornalismo cor-de-rosa a caminho de tablóide, pela cabeça demasiado ligeira de adolescentes e adultos que deveriam ter mais juízo. A última coisa de que precisamos é que livros abjectos se tornem vulgares, aceitáveis, e impunes. Cá por mim, sou um zelota desse combate."
Sem comentários:
Enviar um comentário