Sou exigente comigo mesmo. Não gosto de perder o controlo do que faço e quero fazer. Admito-o e não me resta outro remédio que fazê-lo. O Paulete diz das erratas serem os restos do nosso lado humano a, isto junto eu, "pedalarem" pela tradução. Isto é, uma "virtude do fracasso" se recorrer ao ensaio do Charles Pépin.
Hoje, saiu o "pedal(e)ar" e, ao contrário do "33", está bastante mais polido, mais profissional, mais adulto desde um ponto de vista editorial. Mas eu não fiquei tão consolado pela virtude de me ter enganado. Estou ainda zangado comigo mesmo, e a chamar-me todos os nomes, por ter deixado fugir um dígrafo, escapar uma letra, perdoar um acento, não notar uma formatação de maiúscula e uma correcção automática dum verbo. O olho atento detectá-los-á e só lhe posso pedir desculpa. A minha intenção nunca foi enganá-lo. O único que aqui foi enganado fui eu, que confiei demais em mim mesmo. Não volta a acontecer, pois, como dizia Beckett, falharei melhor.
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