Ramón Gómez de la Serna dizia que "há síntomas precisos de velhice" e tinha razão. Ainda não passei a fasquia de poder dizer que já não morrerei jovem, à maneira de Jules Renard quando passou o meio século, contudo dou por mim a sentir alguma hipocondria ramoniana ao olhar para trás e ver os rastos de «ismos» aos quais me assomei: cristianismo, nihilismo, existencialismo, modernismo, panteísmo, comunismo, socialismo, budismo, humanismo...
O mestre espanhol dos «Ismos» fez-me pensar que, cada vez mais, os meus se reduzem a um minimalismo ideológico, silencioso, e sem grandes ambições teóricas. Se estou a ficar velho antes dos quarenta, não sei. No entanto, os síntomas agradam-me. Sinto-me bem dentro da escola do «perspectivismo», sem amarras ao edifício, à instituição, ou a conceitos para além do meu olhar. E o meu olhar, a par dos outros sentidos, alimenta o meu instinto...
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