- Ai, ando tão cansada...! Tenho tido imenso trabalho.
- Por acaso também me sinto muito cansada, estou mortinha que cheguem as férias.
- É, estou sempre a ser pressionada, é tanto que fazer... Eu, férias, nem vê-las.
- Eu preciso de gozar férias, se não nem funciono!
- Eu precisava era que não me fodessem a cabeça...
- Por acaso não me posso queixar disso, as pessoas com quem trabalho são impecáveis.
- Pois, mas às vezes não são as pessoas do trabalho as piores.
- Sim, mas em casa também não posso dizer que tenha problemas.
- O meu marido, por exemplo, não faz nada em casa, os miúdos deixam tudo em todo o lado e a criada que arrume. Ainda ontem me zanguei com eles.
- Ah, o meu ajuda-me muito. E os meus filhos, que remédio!, também arrumam as coisas deles.
- Os meus se puderem não fazer nada...
- Os meus fazem, mas tenho que puxar por eles.
- Depois o pai às vezes é outro filho.
- O seu não faz mesmo nada em casa?
- Não, nada.
- Ai, o meu - é como digo - ajuda-me muito. Ainda ontem lhe disse que estava cheia de dores nas pernas, pedi para ser ele a ir pôr o lixo lá fora e ele foi. Lá disso não me posso queixar.
- Se eu não fizer as coisas, a casa bem fica um descalabro.
- A minha não.
- A minha fica. Ninguém me ajuda.
- A mim ajudam.
- A mim não.
Publicado no blogue Grão de milho (25-11-2017), que já não existe.
- Por acaso também me sinto muito cansada, estou mortinha que cheguem as férias.
- É, estou sempre a ser pressionada, é tanto que fazer... Eu, férias, nem vê-las.
- Eu preciso de gozar férias, se não nem funciono!
- Eu precisava era que não me fodessem a cabeça...
- Por acaso não me posso queixar disso, as pessoas com quem trabalho são impecáveis.
- Pois, mas às vezes não são as pessoas do trabalho as piores.
- Sim, mas em casa também não posso dizer que tenha problemas.
- O meu marido, por exemplo, não faz nada em casa, os miúdos deixam tudo em todo o lado e a criada que arrume. Ainda ontem me zanguei com eles.
- Ah, o meu ajuda-me muito. E os meus filhos, que remédio!, também arrumam as coisas deles.
- Os meus se puderem não fazer nada...
- Os meus fazem, mas tenho que puxar por eles.
- Depois o pai às vezes é outro filho.
- O seu não faz mesmo nada em casa?
- Não, nada.
- Ai, o meu - é como digo - ajuda-me muito. Ainda ontem lhe disse que estava cheia de dores nas pernas, pedi para ser ele a ir pôr o lixo lá fora e ele foi. Lá disso não me posso queixar.
- Se eu não fizer as coisas, a casa bem fica um descalabro.
- A minha não.
- A minha fica. Ninguém me ajuda.
- A mim ajudam.
- A mim não.
Publicado no blogue Grão de milho (25-11-2017), que já não existe.
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