Acredito que quem observasse o meu dia-a-dia e tivesse um privilégio omnisciente da minha realidade talvez ficasse com a percepção de que eu tenho vários ofícios. É possível que incluísse este meu lado proclive à arte e ao pensamento nesse mesmo âmbito. Porém, como me recordava este fim-de-semana o Gonçalo M. Tavares, a literatura não é um ofício para mim como é ensinar, lavrar, podar, traduzir, educar ou inventar conteúdos (como está na moda a malta referir-se a publicitar-se a si mesmo ou a qualquer outro producto). A literatura, palavra demasiado forte para o que vou fazendo, mas a qual aceito em todo o seu peso, é uma escolha minha e não é uma actividade para ganhar a vida (um ofício como tantos outros igualmente não remunerados que tenho), mas sim uma forma de ir vivendo.
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