O mundo material só é visto como tal porque o intelecto humano assim o vê. O ser humano é a única espécie que acumula matéria e a converte em bens, que analisa a utilidade da matéria e a usa como moeda de troca. Há um interesse, uma possível utilidade ou, em tantos casos, apenas a necessidade de satisfazer egos. No extremo dessa satisfação encontramos o egoísmo.
O mesmo se faz com as pessoas convertidas em matéria, em objeto, em interesse de acumular benefícios graças ao que se pode "esmifrar" do outro.
As relações humanas têm de ter esse equilibrio são no centro das suas relações. Nem a abnegação em prol do outro, nem sentido interesseiro e aproveitador do outro.
No dia que hoje finda, apercebi-me que há tantos que se aproveitam do pouco que lhes posso dar na esperança de com isso lucrar alguma coisa. Que ingénuos. O que é que se lucra de um gajo como eu? Tempo, honestidade esforçada, lealdade ao que foi e ao que vai sendo, e alguma esperança de que vale a pena tentar marcar a diferença pela positiva. Parece-me que isso não tem valor para o oportunista, mas pode ajudar os seus interesses a reboque.
Nunca gostei de trabalhar com a sensação de que se estão a aproveitar de mim. Acho que ninguém gosta, mas é o que tenho sentido nos últimos dias.
A única forma de lidar com esse lado humano, que me desagrada e me faz ter relações mais distantes, é praticar a gratidão de estar vivo. Há que ser grato, mas isso, amigos não é o mesmo que ser parvo.
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