Contagio de ruído
o silêncio
ao procurar o passado
engavetado
na minha cabeceira.
Dou-lhe corda mais pelo tacto
do objecto
do que pela necessidade
de medir horas,
ritmar a pulsação
pelo ponteiro dos segundos.
Detenho-me a olhar para este velho relógio de bolso.
O tique-taque não corresponde a nenhuma verdade
nem de toque nem de tempo.
Apenas mais uma evidência
do vazio que também eu serei.
Uma qualquer reminiscência
arrecadada numa gaveta de ninguém.
Sem comentários:
Enviar um comentário