É a primeira vez que aqui escrevo. Sentado à sombra, a esperar que passe a hora do calor, faço-me acompanhar por um dos mais afamados escritores de língua portuguesa da actualidade. Ouvindo-se as cigarras como se fossem interferências na onda do meu rádio, aqui sintonizo silêncio.
Dou por mim emocionado. Este escritor escreve sobre outro escritor duma maneira inesperada para a minha leitura, à minha percepção que homem e literatura não se podem indissociar.
Algo em mim se revê naquelas palavras, naquelas mãos delicadas de previlégio capazes de saudar as mãos calejadas e sofridas sem o mais mínimo sentimento de caridade.
Tenho aqui tanto para fazer e nada tem a ver com estas leituras. A temperatura até me perdoa e não está para assar-me a trinta graus, contudo hoje não há ferramenta que me distraia, árvores para tutorizar, ervas daninhas para sachar e me evada desta condição de corpo convicto em terras e incapaz de lançar raízes.
Sem comentários:
Enviar um comentário