Não gosto de dizer nunca, logo não direi que seria incapaz de vender terrenos em Marte. Se o motivo fosse de causa maior, acredito que o faria. Convencido do que faria é que duvido muito, mas, e aqui posso socorrer-me do nunca, nunca se sabe.
De Marte o melhor é voltar à terra, ao meu mundo que ultimamente me tem pesado mais do que o normal. Tento relativizar esse peso, distribuí-lo por anos de experiência, contudo não ando numa dessas fases de convicção e desconfio várias vezes que ando a adquirir um perfil desconhecido pelo meu íntimo até então. Deve ser da erosão dos dias a descolorirem a carroçaria cá do mangas.
Hoje, no meu local de trabalho, organizou-se umas jornadas de portas abertas. Quer dizer, abrimos as portas da escola à comunidade (com filhos em idade escolar obrigatória) a fim de recrutarmos rapaziada para enfiar ao magote na escola pública. A título pessoal, vendo a minha disciplina opcional entre outra língua estrangeira concorrente. É pena ser essa a realidade. Tanto ensino verbos irregulares pela manhã, como vendo «peixe pedagógico», a pais e filhos potencialmente interessados em aprender a língua do país vizinho, à tarde.
Tal como o mercado imobiliário marciano, cada vez duvido mais do que faço.
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