quinta-feira, março 02, 2017

"Já não se vendem objectos. Vendem-se experiências."

Que sentido tem o comércio físico? Ir a uma loja e adquirir um qualquer produto que nos faça falta? Hoje compram-se os objectos on-line. Se nos faz falta o livro x ou os sapatos y, clica-se e, em menos de 24 horas, materializa-se o pedido na caixa do correio. Puro pragmatismo e materialismo.
Segundo o marketing vigente, não compramos pão, compramos a experiência de comprar pão, que, para os marketeers, é o verdadeiro alimento. Os nutrientes, em breve, disponíveis em cápsulas ou comprimidos, são necessidade física e não têm glamour como experiência.
Na loja não tem sentido os stocks acumulados. Aí deve viver-se a experiência de comprar, de ter o prazer de abrir os cordões à bolsa, pois na Internet já sabemos ser difícil pagar com dinheiro de bolso.
Cada dia que passa me sinto mais estúpido e agradeço a esta gente, filósofos dos rótulos e códigos de barra, fazerem-me sentir acompanhado, uma vez que não me sinto um parvo sozinho. Em grupo é sempre mais fácil lidarmos com os nossos defeitos de fabrico.
O dia está estupendo lá fora. Vejo-o pela janela e pelo ecrã do telemóvel. Não tem sentido sair para apanhar ar. Se saio é para viver a experiência "outdoor", uma aventura do outro mundo como a que aconteceu a um amigo meu. Pisou merda de cão. Para além da experiência, dizem que dá sorte.

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