Sem dúvida um provérbio, com vernáculo, chocante para ouvidos púdicos. Todavia, bem real.
Tem uma moral de experiência empírica traiçoeira e com peso na frente. Outra imagem de saber popular.
Hoje pensei nele, reflecti sobre ele, até o ensinei com recurso à moral para o distinguir duma expressão idiomática despida de preconceitos, mas carregada de valor cultural, mas foi um «não» que me apertou o coração e me impediu rimar com cabrão.
Tenho dificuldade em dizer não. Quase sempre está tudo bem. Quando tenho muito para fazer desenrasco tempo para fazer ainda mais e isso, que me dá alento e brio, também me prejudica. O abusador está sempre à espreita, como é típico de todo tipo de abusador.
Porém hoje até nem era um oportunista. Era a inexperiência para quem esse «não» acredito ter sido um enorme reforço positivo para ajudar a entender a sua função. Por melhores intenções que tenhamos, é fundamental aprendermos a pôr-nos no nosso lugar. Por vezes quietos. A observar. A evitarmos que nos ponham a todos no mesmo saco. Não é que isso faça muita diferença para os demais, que quase nem se apercebem (ou apercebem, os que valem a pena), mas faz para ti. Para a dignidade da tua conduta. Se queres ser bombeiro, sê-lo para deixar este mundo melhor, apagar os fogos justos, os que ameaçam o património de quem te educou. Se não, é queimada. Deixa arder. Não assumas as responsabilidades dos outros mesmo que alguém, que não conseguiu pôr-te os cornos, queira deixar-te peso na consciência...
O coração não tem porque ser escravo. O coração também se liberta.
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